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Deputados do PSD querem DAI a produzir novamente açúcar com origem na beterraba

A DAI abdicou voluntariamente da produção da beterraba sacarina recebendo em troca mais de 10 milhões de euros por essa renúncia. Nesta altura, as instalações que permitiam o processamento da beterraba foram desmanteladas e vendidas para fora da União Europeia. Em troca foi-lhe dada uma autorização para refinar cana de açúcar. A DAI é uma empresa privada e assim sendo não se entende porque é que se deveria “dotar a fábrica de Coruche dos meios necessários para voltar a laborar beterraba sacarina”, na medida que isso significa investimento público que é pago com os impostos de todos nós. Pagámos inicialmente metade da construção da fábrica, pagámos para a DAI renunciar à quota da beterraba, pagámos uma ajuda para a reconversão para a refinaria e agora pagaríamos de novo para a reconstrução da fábrica de beterraba?Por outro lado, convém esclarecer que Portugal é excedentário na produção de açúcar tendo que vender no espaço comunitário e exportar para países terceiros. A vulnerabilidade aos mercados internacionais afecta todos os operadores europeus e a própria beterraba, sendo um produto agrícola, poderá ser afectada por uma campanha menos boa, pelo que não é garante de nada. Além de que a quota de açúcar de beterraba era de 65.000 t enquanto o consumo nacional é de 300.000 t. Volto a insistir, porquê privilegiar uma empresa privada que já recebeu milhões de euros de ajudas e dar-lhe condições de concorrência desleal: manter a produção de açúcar de cana, a que apenas teve acesso devido à renúncia da beterraba sacarina, acrescida de uma quota de beterraba que deve ser nacional e não atribuída por escolha directa e ainda pagar-lhe os investimentos necessários à sua actividade.Por fim, é importante esclarecer que a DAI sendo uma empresa de direito privado tem capitais maioritariamente estrangeiros: italianos, espanhois e ingleses. Há que preservar os postos de trabalho e uma atividae relevante no distrito de Santarém mas cumprindo as regras das actividades económicas. Miguel Matos

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