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Sindicato da Construção responsabiliza ministro da Economia por risco de “revolta social” no sector

O Sindicato da Construção de Portugal alertou para o eminente perigo de “revolta social” no sector, que perderá 130 mil empregos até final do ano se não forem tomadas medidas de “relançamento” da actividade.“Como, dada a situação de recessão, se calhar a ‘Troika’ não deixa vir o ministro [da Economia, Álvaro Santos Pereira] ao Porto, vamos propor-lhe, e ao presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), um encontro num hotel em Lisboa, custeado por nós, para apresentar as propostas para relançamento do sector”, afirmou o presidente do sindicato.Falando no Porto no final de uma reunião com o presidente da CPCI, Albano Ribeiro sustentou que “a situação é mesmo má” e alertou que “a revolta social pode surgir, se não for antes, em Junho”, altura em que terminarão as grandes obras ainda em curso no país e que empregam milhares de trabalhadores. “O sr. ministro ou evita a revolta social no sector ou será responsável por ela”, avisou.Segundo Albano Ribeiro, “no mês de Janeiro cerca de 20 mil trabalhadores perderam os postos de trabalho, em Fevereiro já são mais, e, pelo que se assiste no terreno, cerca de 130 mil pessoas deixarão de ter trabalho até final do ano”. A situação, garante, afecta “pequenas e grandes empresas”, que “não renovam contratos com os trabalhadores” devido à “falta de trabalho”.Para o sindicato, e dada a impossibilidade de avançar com grandes obras como o TGV, a nova travessia do Tejo ou o novo aeroporto, impõem-se três medidas “perfeitamente realizáveis na actual conjuntura económico financeira”: a renovação de milhares de estradas secundárias, a requalificação urbana e a construção de quilómetros de saneamento básico”.Obras orçadas em “cerca de 7.000 milhões de euros”, a comparticipar pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), e que criariam “cerca de 80 mil postos de trabalho”.Para o presidente da CPCI e da Associação dos Industriais da Construção Civil (AICCOPN), Reis Campos, o risco de revolta social “representa o desespero de um sector que perde quase 20 empresas e mais de 350 trabalhadores por dia”.“Esta é a consequência inevitável de uma política sem planeamento, de um sector que anda à deriva já há algum tempo e que não tem qualquer perspectiva de futuro”, considerou. Conforme salientou, o sector português da construção “está quase sem encomendas, sem financiamento da banca tem o Estado como grande devedor”, encontrando-se numa situação de “emergência”.“O sector precisa que se criem, a exemplo do que a Europa está a fazer, perspectivas para o futuro. O Governo tem de planear os próximos anos do sector, como acaba de fazer a Espanha, que projectou e planeou para os próximos 12 anos um conjunto de medidas para o imobiliário e construção”, sustentou.

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