Samuel Martins Pinheiro, 32 anos, Assunção Vieira, 58 anos, e Alberto Correia, 81 anos. Três gerações que têm em comum uma paixão: a poesia. Na tarde solarenga de domingo, 26 de Fevereiro, juntaram-se nas instalações da antiga escola primária de São João da Ribeira, concelho de Rio Maior, para mais uma iniciativa do município. “Tardes de Chá e Poesia” realiza-se há cerca de quatro anos em todas as freguesias do concelho. O objectivo é divulgar a poesia e juntar poetas populares para que possam partilhar experiências. Sentados em bancos corridos de madeira, em cima das mesas, também de madeira, cobertas com toalhas em tons bourdeaux, não faltam as canecas para o chá e o bule com a infusão já preparada.Assunção Vieira, natural de Viegas, Alcanede, conta que escrever poesia é uma paixão que herdou da família. O pai e o tio também escreviam e foi com naturalidade que em criança começou a alinhar versos. “Gostava de rimar à desgarrada”, conta antes do início da iniciativa. Aos 58 anos frequenta o segundo ano do curso de engenharia agronómica. Diz que foi a sua professora de Português do ensino secundário, Mariana Viegas (mãe do actor escalabitano Mário Viegas), que lhe passou o gosto ‘mais sério’ pela poesia.Alberto Correia escreve poesia há mais de 40 anos embora tenha havido uma época em que a inspiração se eclipsou. Mas o aposentado não desistiu e a ‘musa inspiradora’ regressou. Já escreveu cerca de nove mil poemas e não pretende parar. Durante o mês de Março vai lançar o seu primeiro livro de poesia. Samuel Pinheiro é engenheiro de produção animal mas nos tempos livres gosta de alimentar a paixão pela poesia. Começou a escrever aos 13 anos e nunca mais parou. Hoje escreve sobre o amor e a actualidade tentando dar sempre uma visão “optimista” do mundo em que vivemos. Ana Isabel Borrego