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Golegã abandona direcção da Resitejo devido às dívidas de Santarém e de Torres Novas

Golegã abandona direcção da Resitejo devido às dívidas de Santarém e de Torres Novas

Município escalabitano é o maior devedor da associação de tratamento de lixo, com uma conta de quase 2 milhões de euros para liquidar, e se continuar sem cumprir o plano de pagamento pode ser-lhe cortado o serviço de transporte e deposição em aterro dos lixos domésticos.

A Câmara Municipal da Golegã demitiu-se da direcção da Resitejo _ Associação de Gestão e Tratamento de Lixos do Médio Tejo por considerar que não têm sido tomadas medidas firmes por parte dessa entidade relativamente aos municípios associados que não têm cumprido os planos de pagamento das dívidas contraídas, nomeadamente os de Santarém e de Torres Novas.Na deliberação tomada sob proposta do vice-presidente Rui Medinas (PS), o executivo da Câmara da Golegã esclarece que desde o primeiro momento tem defendido a interrupção do serviço prestado pela Resitejo aos municípios incumpridores, sugerindo mesmo a tomada de medidas adicionais para reaver os montantes em dívida.A questão das dívidas dos municípios à Resitejo referentes à recolha e deposição do lixo tem vindo regularmente a lume, sendo Santarém e Torres Novas os habituais alvos das críticas por serem os municípios com dívidas mais elevadas. A dívida de Santarém já terá ultrapassado os 2 milhões de euros e Torres Novas deverá cerca de 800 mil euros, segundo apurou O MIRANTE.Rui Medinas diz que a situação se tem arrastado no tempo “sem que da parte da Resitejo tenham sido tomadas, com a firmeza e a determinação que se impunham, as medidas necessárias a executar o deliberado nos orgãos sociais da associação” e por considerar que a Câmara da Golegã não pode “pactuar com esta inacção”.Em Julho de 2011, a Resitejo decidiu dar mais uma oportunidade às câmaras com maiores dívidas estabelecendo planos de pagamento, mas a Câmara de Santarém não tem cumprido o seu. O que levou a Câmara da Golegã a perder de vez a paciência, já que essa situação põe em causa a sustentabilidade financeira da associação e a realização do serviço de transporte de lixos domésticos dos vários concelhos para o aterro sanitário da Carregueira (Chamusca).A dívida da Câmara de Santarém representa 30 por cento da facturação da Resitejo às autarquias e o incumprimento sucessivo tem provocado muitos constrangimentos de tesouraria e dificultado a realização de investimentos necessários. Designadamente a construção da unidade de tratamento mecânico, um investimento da ordem dos 16,3 milhões de euros, com comparticipação comunitária, cuja adjudicação deveria ter acontecido em Fevereiro, mas que tem sido adiada por dificuldade em encontrar financiamento bancário para a contrapartida nacional.O MIRANTE contactou o presidente da direcção da Resitejo, Sérgio Carrinho, tendo o autarca da Chamusca optado por não tecer comentários à decisão da Câmara da Golegã. Esta semana deve realizar-se uma assembleia geral extraordinária para debater o assunto.Aterro da Carregueira serve 10 concelhosO sistema de resíduos da Resitejo entrou em funcionamento em Maio de 1999 e serve uma população de 216.513 habitantes. É constituído por um aterro sanitário e uma central de triagem. Os municípios que constituem a associação são: Alcanena, Chamusca, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Santarém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.Santarém lamenta falta de solidariedadeO vereador Ricardo Gonçalves (PSD), que representa a autarquia escalabitana na Resitejo, lamentou a “quebra de solidariedade” do município da Golegã, frisando que, tal como acordado, a autarquia escalabitana irá cumprir o plano de pagamentos à Resitejo. Acrescentou não compreender a tomada de posição pública da Câmara da Golegã, tendo em conta o que foi decidido na reunião realizada no passado dia 17 de Fevereiro. Ricardo Gonçalves diz que, em Julho de 2011, a Câmara de Santarém se comprometeu a pagar a dívida em atraso à Resitejo, que rondaria os dois milhões de euros, em prestações mensais de 108.000 euros. Segundo disse, até Fevereiro o município pagou 771.732 euros dos 866.122 a que se havia comprometido, tendo ficado acordado, na reunião de Fevereiro, que os dois municípios que tinham atrasos nos planos de pagamento fariam os acertos em Maio e Outubro, meses em que entra receita dos impostos.“Este é um processo colectivo de dificuldades e lamentamos esta quebra de solidariedade, sobretudo vinda de um município que há oito meses também precisou da solidariedade dos outros”, disse.
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