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Moita Flores “envolvido” no caso da sua assessora que se queixa de violência doméstica

Ascensão de Ana d’Avó na Câmara de Santarém fazia confusão ao marido

A assessora do presidente da câmara relatou em tribunal que o marido, de quem se está a divorciar, era ciumento, que a ofendia e que a agrediu por duas vezes, salientando que os problemas conjugais já vinham de há muito. O arguido diz que o comportamento da mulher se alterou quando passou a trabalhar com Moita Flores e que foi esse o motivo para os problemas se agudizarem.

O nome do presidente da Câmara de Santarém, Moita Flores, foi referido várias vezes ao longo da primeira sessão do julgamento do marido de Ana d’Avó, assessora do autarca, que está acusado de dois crimes de violência doméstica. O arguido, Guilherme Martins, referiu em declarações ao tribunal que os problemas conjugais se complicaram quando a mulher começou a trabalhar mais directamente com Moita Flores. Mas ressalvou que não acreditava que Ana d’Avó tivesse um “relacionamento” com o presidente, apesar de confirmar que corriam esses rumores na vila de Amiais de Baixo, concelho de Santarém, onde acusado e ofendida residem.O julgamento iniciou-se quando decorre também um processo de divórcio do casal que desde o ano passado vive separado. Guilherme Martins, antigo empresário de uma cerâmica que foi à falência, descreveu que a partir de 2011 o comportamento da mulher, com a ascensão na câmara, passou a ser diferente e que lhe fazia confusão a proximidade que esta tinha com Moita Flores. Ana d’Avó começou a trabalhar para a câmara como auxiliar numa escola, depois foi para o gabinete de comunicação e posteriormente passou a trabalhar directamente com o presidente no pelouro da Educação. Mais recentemente foi nomeada coordenadora da Fundação da Liberdade. Ana d’Avó, a mãe desta e a irmã, que também é funcionária da câmara, que foram arroladas como testemunhas, disseram que os problemas conjugais do casal, que estava junto há cerca de 14 anos, já vinham de há muito tempo e que Guilherme Martins sempre acusou a cônjuge de ter amantes. A queixosa referiu que o arguido é uma pessoa ciumenta, que a tratava com linguagem “ordinária” e que do ponto de vista económico ele sentia-se inferior. Relatou que ele referia que as viagens que ela fazia ao estrangeiro integrada em comitivas da câmara, em algumas das quais participava Moita Flores, não eram uma mais-valia.No seu testemunho, Susana d’Avó referiu que os boatos de que a sua irmã tinha um relacionamento com Moita Flores foram espalhados pelo arguido, sublinhando que o presidente da câmara trata as duas como um pai e que ele está em Santarém para resolver os problemas dos cidadãos. Guilherme Martins, que negou grande parte dos factos descritos na acusação, disse que não faltou ao respeito à sua mulher, que sempre gostou dela e que tinha largado tudo para constituir uma família.Guilherme Martins é acusado pelo Ministério Público de no dia 29 de Junho de 2011, quando a ofendida lhe comunicou que queria a separação, ter agarrado o braço da mulher apertando-o com força tendo provocado um hematoma que originou cinco dias de incapacidade para trabalhar. É também acusado de no dia 19 de Julho, quando tentava entrar na casa onde Ana d’Avó ficou a residir, ter empurrado a porta atingindo-a com uma chave de um carro que tinha na mão provocando um corte na zona do peito que originou oito dias de baixa à lesada. Em ambas as situações a queixosa foi assistida no Hospital de Santarém. O crime de violência doméstica é punido com prisão entre um e cinco anos.

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