Restrições ao trânsito nas estradas do campo da Golegã já fizeram “vítimas”
A Agrotejo - União Agrícola do Norte do Vale do Tejo já passou mais de 800 dísticos para circulação nocturna nas estradas do campo da Golegã e mesmo assim não evitou que alguns agricultores já tivessem sido multados pela Guarda Nacional Republicana.
Circular nas estradas de campo na zona da Golegã entre as sete da tarde e as sete da manhã só está autorizado a quem tiver um dístico específico, após a Câmara da Golegã ter proibido o trânsito nessas vias para evitar os roubos de cobre, equipamentos de rega e outros materiais utilizados na agricultura. A associação de agricultores Agrotejo - União Agrícola do do Norte do Vale do Tejo, entidade credenciada pela autarquia para a emissão desses livres-trânsito, já passou mais de 800 dísticos mas mesmo assim a GNR já autuou alguns utilizadores por não estarem munidos do respectivo dístico.Seja como for, os agricultores estão de acordo com a medida implementada pela autarquia. “Pensamos que é mais uma medida preventiva. Os roubos e até vandalismo nos equipamentos que temos no campo tornaram-se recorrentes nos últimos tempos, causaram-nos grandes prejuízos, por isso aceitamos estas medidas sem restrições pois podem ajudar a diminuir os roubos”, disseram alguns agricultores presentes no encontro da Agromais no dia 29 de Fevereiro.Os agricultores que falaram com O MIRANTE estranham no entanto o elevado número de dísticos passados. “Não são só os oitocentos passados pela Agrotejo, há outros passados pela câmara, é muita gente a poder circular naquelas vias. Gostávamos que houvesse mais alguma selecção, vamos ver até onde é que vai o condicionamento. Agora ainda é cedo para chegarmos a uma conclusão”, disseram.O único lamento que ouvimos foi o facto de alguns agricultores já terem sido multados por circularem sem dístico nas estradas durante as horas de condicionamento. “A GNR está mais atenta e não pode abrir excepções. Quem se atrasou a pedir o dístico teve azar”, disseram os agricultores. Medida suscitou curiosidade noutras paragensNesse mesmo encontro, o dirigente da Agrotejo Mário Antunes disse a O MIRANTE que a associação apoia todas as medidas que beneficiem a segurança dos agricultores e do espaço rural. “Esta é uma medida que conjuntamente com outras vai seguramente ajudar a fazer essa segurança”, disse.A Agrotejo considera que a medida tem algumas limitações, mas é necessária. “É uma medida para a qual há já agricultores e entidades de outros concelhos a perguntarem-nos como é que está a funcionar, para poder vir a ser aplicada noutras regiões. É uma mais uma forma de prevenção que esperamos contribua para a segurança dos equipamentos dos agricultores”, disse Mário Antunes.“Neste momento já há mais de oitocentos veículos acreditados a circular nas estradas onde existe o condicionamento. Os agricultores, pescadores e caçadores percebem perfeitamente que esta medida era necessária face aos prejuízos avultados que estavam a acontecer diariamente”, acrescentou o dirigente.O requerimento para aquisição do dístico é feita ao presidente da câmara e a Agrotejo, tendo por base o conhecimento que tem dos agricultores, atesta essa profissão e também se têm ou não necessidade de passar nas estradas condicionadas. “Quando aparecem algumas pessoas que não conhecemos remetemos de volta o requerimento para a câmara e aí a decisão passa para o presidente”, afirmou Mário Antunes.Para o dirigente da Agrotejo ainda é muito cedo para se fazer um balanço desta acção. “O que se pode dizer neste momento é que as pessoas perceberam a importância da medida, respeitam-na e estão confiantes que esta medida que os vai beneficiar”. A GNR é também uma instituição importante na implementação desta medida e Mário Antunes diz saber que tem feito algumas “visitas” nocturnas. “Sabemos que algumas pessoas foram multadas por não terem dísticos”.
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