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Sapadores Florestais de Abrantes estão há dois meses sem receber salários

Direcção da Associação de Agricultores confirma problema que espera solucionar em breve
Os Sapadores Florestais de Abrantes estão há dois meses sem receber salários, uma situação que é reconhecida pela associação de agricultores que tutela os 15 elementos. Com vínculo efectivo à Associação de Agricultores para os concelhos de Abrantes, Sardoal e Mação e com sede em Rossio ao Sul do Tejo, os Sapadores Florestais, num total de quinze homens, fazem diariamente o trabalho prévio de prevenção aos fogos florestais e dedicam-se também, entre outras tarefas, à desmatação das propriedades de associados.A quase totalidade dos trabalhadores aufere o salário mínimo nacional, uma média de 500 euros, tendo atingido os dois meses de salários por receber, entre outros subsídios. José Garcia, 53 anos, trabalha há 11 anos para aquela Associação de Agricultores, e manifestou à Lusa a sua “revolta e desmotivação” por ter de pedir ajuda a familiares para poder respeitar os seus compromissos e ter o que comer.“Vivo sozinho e tenho de estar a incomodar a família com esta idade porque tenho três meses de vencimentos para receber e também 50 por cento do subsídio de férias de 2011, que está também por pagar”, afirmou.Com um vencimento de 532 euros por mês e um trabalho que considera “bastante pesado”, a cortar mato, a podar e desmatar propriedades florestais, José Garcia lamenta ainda a “falta de dinheiro para aquisição de material de protecção e para cortar mato”, entre outros.“Os trabalhadores nunca estiveram parados por falta de trabalho e quando perguntamos aos responsáveis da associação sobre a situação financeira a resposta esbarra sempre na falta de dinheiro”, apontou.Manuel Fontinha, 57 anos, já recebeu 100 euros referentes ao mês de Janeiro. “Falta o resto, mais o Fevereiro e metade do subsídio de férias do ano passado”, precisou. Com um vencimento de 485 euros, Fontinha disse à Lusa que “muitas vezes não há dinheiro para comer”, tendo acrescentado que outros colegas seus passam pior. “O que vale ainda é o ordenado da minha mulher, porque andar aqui a trabalhar não dá motivação nenhuma”, assegurou.“Situação em vias de ser regularizada”Contactado pela Agência Lusa, um dos responsáveis pela Associação de Agricultores dos concelhos de Abrantes, Sardoal e Mação confirmou a existência de salários em atraso aos quinze Sapadores Florestais. “Sim, confirmo”, disse Luís Damas, engenheiro técnico florestal, tendo acrescentado que a situação está em vias de ser regularizada.“Tivemos uns atrasos na facturação e nos respectivos pagamentos, razão pela qual temos tido algum atraso nos vencimentos”, referiu, tendo assegurado que as entidades devedoras “estão em vias de regularizar o que devem”.

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