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Seguradora quis dar 30 mil euros pela casa de idosos destruída durante obras da A10

Casal que está a viver num contentor há quase nove anos ficou revoltado com valor da indemnização

José Clemente e Rosa Rodrigues, dois idosos com mobilidade reduzida, vivem há oito anos dentro de um contentor desde que as obras de construção da Auto-Estrada nº10 lhes destruíram a casa. A companhia de seguros da empresa que lhes destruiu a habitação propôs-se indemnizar o casal em 30 mil euros, um valor que consideram irrisório para pagar todos os bens conquistados ao longo de uma vida.

A companhia de seguros da empresa construtora da Auto-Estrada nº10, que danificou a casa de casal de idosos, propôs uma indemnização de 30 mil euros pelos estragos causados. A empresa Acoril entretanto entrou em insolvência e o casal recusou o valor indicado, pelo que se espera agora uma decisão do tribunal no âmbito do processo de insolvência. A seguradora Fidelidade Mundial está no entanto disponível para reapreciar a situação. Desde que a situação aconteceu, há quase nove anos, que o casal vive provisoriamente num contentor de obras sem as mínimas condições. O valor proposto pela seguradora mal dá para comprar um automóvel de gama média, o que deixou o casal indignado. José Clemente e Rosa Rodrigues, ambos com mobilidade reduzida, recusaram a oferta e reclamam uma indemnização de 203500 euros. “O dinheiro proposto pelo seguro não dava para nada”, lamenta o casal. A Fidelidade Mundial, explica que o valor foi calculado tendo em conta os danos causados e o tipo de habitação onde os idosos moravam, uma habitação de 54 metros quadrados, com 50 anos e sem casa de banho nem água canalizada. A seguradora acrescenta que a proposta contemplava a demolição e reconstrução da habitação bem como o custo do alojamento. A Fidelidade Mundial disse a O MIRANTE que está disponível para voltar a analisar o processo mas que o montante da indemnização não deve ser muito mais que os 30 mil euros propostos inicialmente.Recorde-se que em 2004, aquando da obra de construção da A10, que liga Bucelas a Benavente, a empresa realizou um desaterro de terras no Casal dos Pegos, a poucos metros da habitação de José Rodrigues Clemente e Rosa Jesus Rodrigues, por onde iria passar um dos viadutos da A10. Pouco tempo depois do arranque da obra deu-se um abatimento de terras que deixou o imóvel com enormes rachas e e risco de ruína. A empresa apressou-se a colocar no local um contentor de obras para onde mudou o casal. Disseram-lhes que só tinham de ficar naquela estrutura durante dois meses. Já lá vão mais de oito anos. A temperatura do contentor era mantida por vários equipamentos de ar condicionado que foram retirados na última semana por um dos credores da empresa. O casal diz que o espaço se tornou gelado de noite e abrasador durante o dia. Para piorar toda a situação o contentor onde vivem foi colocado num terreno privado e o proprietário quer remover a estrutura. Sem casa e com a perspectiva de ficarem sem contentor, os dois idosos receiam pelo pior.

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