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Cristóvão Colombo ou o espião ao serviço de Portugal que passou por Vale do Paraíso

Cristóvão Colombo ou o espião ao serviço de Portugal que passou por Vale do Paraíso

José e António Mattos e Silva defendem uma nova teoria sobre a identidade do navegador
Cristóvão Colombo, o navegador que descobriu a América, não nasceu em Génova, Itália, como alguns especialistas defendem, mas na vila alentejana de Cuba por volta de 1450. Sancho Anes da Silva, seu nome verdadeiro, seria filho da Infanta D. Leonor de Portugal (futura Imperatriz do Sacro Império Romano-Germânico) e de D. João Meneses da Silva (futuro Beato Amadeu). Era ainda um espião ao serviço de D. João II, Rei de Portugal, com quem se encontrou no Vale do Paraíso, Azambuja, “no termo de Santarém”, no dia 11 de Março de 1493.É pelo menos esta a teoria sobre a identidade de Cristóvão Colombo que é defendida por dois investigadores, engenheiros de profissão, José e António Mattos e Silva, que apresentaram no domingo à tarde, 11 de Março, na Casa Colombo, no Vale do Paraíso, Azambuja, uma conferência intitulada “Colon: finalmente descoberta a sua verdadeira identidade?”. A palestra integrou-se na celebração dos 519 anos da histórica audiência de D. João II com Cristóvão Colombo no local.A 3 de Agosto de 1492 a expedição de Colon zarpa de Espanha com três caravelas. A 12 de Outubro chega ao continente americano e Colon inicia a viagem de regresso à Europa em Janeiro de 1493. Passa nos Açores e em Março de 1493 chega a Lisboa “com o pretexto de ter sofrido um temporal que o teria desviado da rota”. Após a entrevista com D. João II, no Vale do Paraíso, Colon regressa a Lisboa, mas não sem antes visitar a Rainha D. Leonor que se encontrava no Convento de Santo António da Castanheira, em Vila Franca de Xira. Embarca em Lisboa com destino a Palos, onde chegou dois dias depois. Dirige-se, por terra, para Barcelona, para uma entrevista com os Reis Católicos. Os dois investigadores acreditam que o agente secreto ao serviço de Portugal estava assim a ganhar tempo para que a Bula Inter Coetera (que localizava, a 100 léguas a Poente de Cabo Verde, o meridiano de separação dos territórios sob jurisdição de Portugal e Espanha), promulgada pelo Papa Alexandre VI, fosse publicada (sê-lo-ia a 3 de Maio de 1493) antes do Vaticano saber o resultado da primeira viagem de Colon. A 7 de Junho de 1494 era assinado o Tratado de Tordesilhas que mudou o meridiano de separação entre as zonas de influência de Portugal e Espanha para 370 léguas a Oeste das ilhas de Cabo Verde, o que permitia incluir, no hemisfério português, parte significativa do território que, em 1500, se passou a designar por Brasil. Alguns historiadores têm procurado demonstrar que o navegador mentia propositadamente a Castela para ajudar Portugal nos descobrimentos. O navegador encontrou indícios materiais, como vegetação desconhecida arrastada pelo mar, certificando-se de que haveria mais terra a Ocidente.A tese sobre a identidade portuguesa de Colon, que o identifica ainda como agente secreto às ordens de D. João II, não é suportada por documentos escritos mas baseia-se em frases escritas por Colon e nos factos históricos.Os dois investigadores consideram que até agora nenhuma das anteriores teorias conseguiu de forma cabal explicar a razão pela qual o navegador manteve o segredo sobre as suas origens, até as tendo ocultado dos seus familiares mais próximos, nomeadamente dos seus próprios filhos: Diego, filho legítimo do casamento do navegador com Filipa Moniz Perestrelo e, Fernando, seu filho bastardo, fruto da relação com Beatriz Torquemada. A tese parte da tradição histórica de uns amores entre a Infanta D. Leonor e o futuro Beato Amadeu relatados por autores consagrados. Os investigadores sugerem ainda que Colon terá sido “oficialmente” considerado como filho de Inês Gomes e de Diogo de Pedrosa. Foi com os “pais adoptivos” para Itália quando a sua mãe foi ali celebrar o seu casamento religioso com o Imperador Frederico III, com o objectivo de que a Infanta D. Leonor continuasse a poder ver o filho secretamente.
Cristóvão Colombo ou o espião ao serviço de Portugal que passou por Vale do Paraíso

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