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O saltador em altura que preferiu ser professor

Pedro Raposo é professor adjunto na Escola Superior de Desporto de Rio Maior

O seu trabalho, como o de muitos docentes, não se cinge a dar aulas. Além das licenciaturas, a escola ministra formação e presta serviços à comunidade através dos seus quadros qualificados.

Pedro Raposo nasceu e vive nas Caldas da Rainha, a cerca de 20 quilómetros de Rio Maior. Sempre foi adepto do atletismo e cedo começou a praticar a disciplina mais técnica do salto em altura. Pensou em ser atleta profissional, participou em provas internacionais, experimentou ser professor de educação física mas falou mais alto o seu interesse na organização e gestão do meio desportivo. Em resultado disso é hoje professor adjunto na Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM).Numa ida a Cuba quase se cruzou com o seu ídolo, Javier Sottomayor, recordista mundial da disciplina. Tem como recorde pessoal a marca de 2.10 metros (tem 1.83 metros de altura e 75 kg) e teve convites de clubes maiores quando já representava o Clube Natação de Rio Maior. Recusou o Benfica, que é o clube do seu coração. A determinada altura deixou de se preocupar com a condição física e com o rigor do treino. Sentia-se mais à vontade, durante as provas, a fazer sugestões aos juízes, tais como alterar o lado da zona de saltos para conta com o empurrão do vento ou a discutir com os juízes os problemas do atletismo. Abandonou a prática em 2002.Pedro Raposo licenciou-se na faculdade de Motricidade Humana de Lisboa no Curso de Desporto. Fez dois mestrados na área da gestão do desporto e das organizações desportivas. Em 1997 teve o seu primeiro emprego como professor de educação física nas Caldas. “Foi durante um ano mas vi de imediato que não era aquela a minha vocação. Entrei para a ESDRM a convite de José Rodrigues, que já tinha sido meu orientador de estágio, e aqui estou”. Hoje é professor adjunto e coordenador do Curso de Gestão do Desporto e das Organizações Desportivas mas o seu trabalho, como o de muitos docentes, não se cinge a dar aulas. Além das licenciaturas, a escola ministra formação e presta serviços à comunidade através dos seus quadros qualificados.Pedro Raposo trabalha com uma equipa de docentes com larga experiência em gestão, como Abel Santos, Alfredo Silva, Diogo Carmo ou Albano Maia. “Tem trazido uma grande segurança no mercado da formação para jovens alunos que querem ingressar no ensino superior ou que queiram organizar eventos, fazer investigação, trabalhar no sector de desporto de autarquias, na gestão de ginásios, marketing, gestão de carreira desportiva, por exemplo”, explica Pedro Raposo, lembrando que o formando pode ficar habilitado desde a formação de base de gestão do pequeno clube à grande empresa.Nas aulas, que decorrem no primeiro piso do pavilhão multiusos da Rio Maior, instalações provisórias da ESDRM desde há 14 anos, lecciona três unidades do Curso de Gestão das Organizações Desportivas: introdução à gestão do desporto; gestão de eventos desportivos; gestão de instalações desportivas. “Neste momento estou a acabar um trabalho que prestamos à Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIM-LT) para a realização de cartas desportivas dos 11 municípios que a compõem. Em seu redor gira um grupo de trabalho de 20 docentes e cerca de 100 alunos. Dá aulas e apoio a alunos, integra os cargos estratégicos da escola como a coordenação de curso, a representação na assembleia de escola e nos conselhos tecnico-científico e pedagógico. Há ainda a coordenação do curso e a relação com a comunidade, de que é exemplo a investigação aplicada e as conferências, onde se inclui o prémio “Albino Maria” e a apresentação do livro que o homenageia, a cargo de Carlos Januário. “São tarefas muito exigentes e esgotantes na perspectiva de intervir bem e acrescentar valor, já que implicam preparação e trabalho”, assegura o docente.Fora da escola, Pedro Raposo procura encontrar momentos para o lazer que são cada vez mais escassos. Quando tem tempo pratica caça submarina, surf e longboard, preferencialmente na Foz do Arelho, a que junta algumas caminhadas e a fotografia. Mas o que realmente constitui um escape é reunir amigos e preparar um jantar. “A cozinha é terapêutica. Existe grande prazer em fazer os aperitivos, as entradas, os petiscos e as sobremesas. No que toca ao prato principal costumo cozinhar um robalo ou sargo ao sal, de preferência capturado nesse dia, no forno, a acompanhar com um bom tinto”, revela.Pedro Raposo considera-se um profissional realizado e motivado, que ainda encontra tempo para estar a tirar o doutoramento na área da “Gestão das Organizações Desportivas _ domínio das Instalações Desportivas”.Como docente na ESDRM e a bem de todos quantos a frequentam, diz esperar que a mudança para a nova escola seja rápida, considerando que esse caso é difícil de explicar do ponto de vista do dia-a-dia da eficiência do investimento público.

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