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MP diz que marido de Ana d’Avó agiu num contexto de conflito

O Ministério Público considera que o marido da coordenadora da Fundação da Liberdade e assessora do presidente da Câmara de Santarém, Moita Flores (PSD), no caso de se comprovarem os actos de violência doméstica de que é acusado, agiu no âmbito de um conjunto de sentimentos, emoções e ambiente familiar conflituoso. O procurador Manuel Pelicano, nas alegações finais, na segunda-feira à tarde, referiu que a pena a aplicar ao arguido, Guilherme Martins, “não será extraordinária”, uma vez que este não é um grande criminoso. Guilherme Martins é acusado pelo Ministério Público de no dia 29 de Junho de 2011, quando a ofendida lhe comunicou que queria a separação, ter agarrado o braço da mulher apertando-o com força tendo provocado um hematoma que originou cinco dias de doença sem incapacidade para o trabalho. É também acusado de no dia 19 de Julho, quando tentava entrar na casa onde Ana d’Avó ficou a residir, ter empurrado a porta atingindo-a com uma chave de um carro que tinha na mão provocando um corte na zona do peito que originou oito dias de baixa à lesada.O procurador Manuel Pelicano disse ter que admitir que o caso envolve um conflito familiar, recordando que o arguido mandou à mulher, de quem está separado, mensagens ofensivas mas também outras em que há uma admissão de que o que fez anteriormente não tinha sido bom. O procurador realçou que houve uma grande repercussão desta situação até porque envolve uma terceira pessoa e o que isto “implica na vida das pessoas”. Disse ainda esperar que tanto Ana d’Avó como Guilherme Martins prossigam as suas vidas e ponham uma pedra sobre o assunto.Recorde-se que o nome de Moita Flores foi mencionado na primeira sessão de julgamento quando o arguido referiu que os problemas conjugais se complicaram quando a mulher começou a trabalhar mais directamente com o presidente da Câmara de Santarém. Mas ressalvou que não acreditava que Ana d’Avó tivesse um “relacionamento” com o autarca. Na segunda-feira o advogado de defesa quis saber se o acompanhamento dado pela GNR a Ana d’Avó faz parte dos procedimentos normais. Isto porque vários militares escoltaram a queixosa numa vez em que esta foi ao posto de Santarém queixar-se que estava a ser ameaçada pelo marido. O guarda Mário Gama testemunhou apenas que foram cumpridos os procedimentos legais. Nessa altura o arguido esteve à porta do posto para ver o filho, o que fez, mas depois, segundo a testemunha, quis levar o descendente contra a vontade deste e dirigiu impropérios à esposa. Nesta sessão foram ouvidas as últimas testemunhas de acusação, amigas da queixosa, que disseram não ter visto as agressões, mas que tinham visto mensagens de telemóvel desprimorosas. As testemunhas de defesa referiram que a separação do casal caiu como uma bomba na vila de Amiais de Baixo. As alegações do advogado de defesa, Afonso Brigas, estão marcadas para esta quinta-feira.

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