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Provas de concurso da Câmara de Almeirim baseadas em livros que já não estão no mercado

Os candidatos a técnicos de desporto no concurso público aberto para o quadro da Câmara de Almeirim, para o preenchimento de lugares deixados vagos pela extinção da empresa municipal, têm que estudar para as provas escritas por livros que já não estão no mercado. A situação foi denunciada pelo coordenador de desporto da antiga Aldesc _ Empresa Municipal de Desporto e Cultura de Almeirim, Sérgio Pacheco, que está no desemprego devido ao encerramento da empresa.Na última reunião do executivo camarário, o técnico que concorreu ao concurso e que aguarda ser chamado para prestar provas disse que um dos livros, intitulado “Desporto, Política e Autarquias” está esgotado, que já o encomendou há dois meses mas que não há previsão de quando será entregue. E que o outro, editado no Brasil, intitulado “A ciência do ensino da natação” já não está disponível há pelo menos cinco anos, segundo informações que obteve junto das livrarias. Sérgio Pacheco diz que tem tentado comprar os livros através da internet e até já foi a bibliotecas, mas sem sucesso.Perante esta situação o técnico questionou o presidente da câmara sobre como é que vai estudar para as provas se não tem acesso aos livros. Sousa Gomes (PS) disse que ia ver o que se passava e avaliar se esta situação põe em causa o normal funcionamento do concurso. Sérgio Pacheco sublinha ainda que as edições são da década de 90, um de 1990 e outro de 1999, realçando que as situações e técnicas constantes nos livros já estão ultrapassadas.O candidato conta que já gastou bastante dinheiro em deslocações e que conseguiu descobrir um dos livros na Biblioteca Nacional, em Lisboa, mas só lhe é permitido fotocopiar 30 por cento das páginas. E que o outro “só está disponível no Instituto Politécnico da Guarda e no Instituto Piaget em Macedo de Cavaleiros”. O concurso para o provimento de 24 lugares tem estado envolvido em alguma polémica. Em Janeiro uma dezena de trabalhadores foi à assembleia municipal denunciar pressões e ameaças constantes da adjunta do presidente da câmara para o Desporto, Sandra Isabelinha. Alda Leandro, em representação dos funcionários, diz que com a entrada da assessora tudo se alterou e que tem andado a tentar convencer alguns funcionários a irem trabalhar para uma empresa privada e a dizer a outros que vão “arranjar emprego para outro lado”.Os trabalhadores contestam o facto de a câmara não ter assegurado a sua transição para o quadro de funcionários do município. Situação que o presidente do município diz não ser possível sem recurso a concurso público. A decisão de extinguir a empresa foi tomada em 2007 e até Dezembro os funcionários trabalharam para a câmara com contratos individuais de trabalho que já não podiam ser renovados. Recorde-se que ao concurso, que está a decorrer, concorreram 700 pessoas.

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