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Caçadores contra restrições impostas à caça no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

Caçadores contra restrições impostas à caça no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

Responsável do PNSAC diz que a condicionante de um caçador por cada 30 hectares permite “colmatar a inexistência de normas na legislação da caça vigente”, evitando uma elevada densidade de caçadores no mesmo dia num determinado território.

Manuel Piedade Marques, 65 anos, residente em Parceiros de São João, Torres Novas, é caçador há mais de 30 anos. Descontente com as limitações de caça impostas pela directora do Parque Natural de Serra de Aire e Candeeiros (PNSAC) e, na impossibilidade de chegar à fala com a responsável, tentou perceber através do nosso jornal por que razão se limita a caça a um caçador por cada 30 hectares de área. Contactada por O MIRANTE, a directora do PNSAC explica que “não existe nenhuma imposição pessoal com essa limitação” e que a questão remete para a lei que aponta que “os planos de gestão e planos de ordenamento e exploração cinegética devem estabelecer um contingente limitado de caçadores por jornada de caça, com base na razão de um caçador por cada 30 hectares de terreno cinegético”.Assim não entende o nosso interlocutor. “A directora do parque já há muito tempo que nos anda a complicar a vida. E nos últimos tempos, mais ainda”, assume o caçador, que também possui uma espingardaria. Manuel Marques refere que esta limitação constitui um factor de desânimo para quem gosta de fazer caçadas, levando-os a desistir. “Somos doze reservas de caça no Parque das Serras de Aire e Candeeiros. Estamos a falar de mais de 1500 caçadores”, sublinha, acrescentando que estas imposições, pelas conversas que tem tido com outros caçadores, têm impacto a nível da própria economia. “Tantas restrições são prejudiciais para todos uma vez que, sem caçadores, os comerciantes também não vendem e os restaurantes, que nos dias de caça podem chegar a servir 150 pequenos-almoços, ficam vazios”, exemplifica. O sócio da Reserva da Serra de Santo António considera que, da parte da actual directora do PNSAC, ainda não há uma “explicação credível” que sustente que a mesma esteja a tomar estas medidas. “A directora fecha-se em copas. Queremos que nos justifique porque está a limitar 30 hectares por cada caçador. Está-nos a tirar a nossa liberdade. É a lei do quero, posso e mando”, refere o caçador que paga uma licença de 60 euros por ano para caçar, mais as quotas da reserva a que pertence.Mas, de acordo com Sofia Silveira, este rácio está definido no “Manual Interno de apoio à análise de processos de âmbito cinegético”, abrangidos por Áreas Classificadas do ICNB, que tem como objectivo “evitar os impactos negativos da pressão cinegética sobre as espécies cinegéticas e não cinegéticas, prevenindo a ocorrência de situações que possam pôr em perigo a vida, saúde ou tranquilidade de pessoas e, igualmente, risco de danos para os bens”.A directora do PNSAC refere que esta condicionante “permite colmatar a inexistência de normas na legislação da caça vigente, sobre a possibilidade de ocorrência de uma elevada densidade de caçadores estar em exercício de caça no mesmo dia num determinado território”. “A senhora directora tem lá as leis dela e ninguém lhe tem feito frente mas é uma injustiça o que estão a fazer às pessoas porque nós, caçadores, respeitamos o gado e as pessoas. Não há justificação possível para nos prender as pernas desta maneira”, contesta Manuel Piedade Marques, disposto a lutar pela mudança da situação.
Caçadores contra restrições impostas à caça no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

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