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Ciúmes valem nove anos e meio de prisão a atirador da Cabeça Gorda

Ciúmes valem nove anos e meio de prisão a atirador da Cabeça Gorda

Eurico Madeira mostrou-se arrependido por ter disparado tiros de caçadeira contra a ex-companheira e o filho desta mas foi condenado pelo Tribunal de Rio Maior.

A vingança e o ciúme, potenciados pelo álcool, levaram Eurico Madeira, a disparar contra a ex-companheira Florinda Tomás, e o filho desta, Rodrigo Tomás, em 13 de Maio de 2011, no café “Cantinho dos Artistas”, na localidade de Cabeça Gorda, freguesia de S. João da Ribeira, Rio Maior. No dia 5 de Março, o colectivo de juízes do Tribunal de Rio Maior condenou o agressor, de 58 anos, a nove anos e meio de prisão.A pena em cúmulo jurídico resulta de um crime de homicídio simples na forma tentada (5 anos) contra Rodrigo Tomás, um crime de tentativa de homicídio qualificado na forma tentada (7 anos) contra Florinda Tomás, crime de uso e porte de arma sob efeito do álcool (5 meses), crime de ameaça (8 meses) e crime de ofensa à integridade física e negligência (5 meses).Eurico Madeira viveu com Florinda Tomás durante 24 anos. Separaram-se em Junho de 2010 e, desde então, a ex-companheira era alvo de insultos e ameaças. Situação que se agudizou quando a mulher se juntou a outro homem em Abril de 2011, pode ler-se na descrição dos factos constante do acórdão.O colectivo de juízes deu como provado que Eurico Madeira tinha intenção de matar a ex-companheira e o seu namorado, quer por ter avisado o irmão desta na noite anterior à do acto, como por nesse mesmo dia ter escondido a caçadeira de canos sobrepostos em vegetação perto do café que sabia ser frequentado por todos. Ao chegar ao café e após ameaçar matar Florinda, o filho desta interpôs-se afirmando que primeiro teria de o matar a ele, sendo logo atingido com um disparo no abdómen, a cinco metros de distância. Dentro do café, Florinda foi atingida na cabeça, pescoço e ombro através de tiro disparado desde a janela, que também apanhou uma criança de 11 anos sem ferimentos de maior.Ambos sobreviveram mas passaram por intenso tratamento hospitalar. Rodrigo esteve 156 dias sem trabalhar e Florinda 30 dias. A Eurico Madeira foi apurada uma taxa de álcool no sangue de 2,8 gramas por litro, quase seis vezes mais que o limite mínimo permitido para conduzir.O colectivo de juízes condenou ainda o arguido ao pagamento de indemnizações civis. A Rodrigo Tomás terá de pagar 35 mil euros por danos não patrimoniais, mais 2.725,24 euros de danos patrimoniais. Florinda Tomás tem direito a receber do arguido 20 mil euros de indemnização, acrescidos de 2.202,68 euros pelo período que esteve de baixa, sem trabalhar. Eurico Madeira terá também de suportar pesadas custas hospitalares do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (24.514,16 euros) e Hospital de Santarém (4.258,85 euros), onde as vítimas foram assistidas.
Ciúmes valem nove anos e meio de prisão a atirador da Cabeça Gorda

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