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Ladrões deixam “assinatura” em assalto violento ao secretário da junta do Carregado

Ladrões deixam “assinatura” em assalto violento ao secretário da junta do Carregado

Domingos Salvador Henriques foi agredido, amarrado e ficou sem milhares de euros em ouro

Depois de o agredirem e amarrarem os assaltantes deixaram uma nota de cinco euros dobrada ao pé da carteira do secretário da Junta de Freguesia do Carregado como marca do assalto. Domingos Salvador Henriques guarda a nota que marca o dia de terror em que pensou que ia morrer.

Os dois homens que agrediram, amarraram e assaltaram o secretário da Junta de Freguesia do Carregado na sua casa de fim-de-semana, na Vala do Carregado, deixaram uma marca do crime. Os ladrões depois de o agredirem violentamente e de o amarrarem na casa de banho foram à carteira de Domingos Salvador Henriques que continha 35 euros e retiraram apenas 30 euros, deixando uma nota de cinco euros dobrada em cima da carteira como que uma recordação para a vítima. Depois deslocaram-se ao apartamento onde vive e levaram todo o ouro que encontraram, no valor de milhares de euros.O autarca acredita que os ladrões, com este gesto, tiveram a intenção de fazer com que nunca se esquecesse dos momentos de aflição que viveu. E conseguiram. Domingos Salvador Henriques guarda a nota religiosamente na carteira como símbolo de um momento de terror que nunca mais vai esquecer. O pó preto usado pela Polícia Judiciária na recolha das impressões digitais ainda é visível na nota.“Pensei que ia morrer ali, não tinha hipótese. Pensei que me iam meter na bagageira de um carro e matarem-me algures”, conta a O MIRANTE o autarca de 70 anos que foi sequestrado, agredido e assaltado quando se preparava para entrar na sua propriedade na Vala do Carregado, freguesia de Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira. Passavam poucos minutos das 20h30 quando Domingos Henriques chegou à quinta, onde costuma ir de vez em quando, e foi surpreendido por dois homens de cara tapada que o agrediram com violência na cabeça, peito e costelas. “Nunca disseram uma palavra e não tinham qualquer arma. Um deles meteu-me o braço ao pescoço e o outro deu-me murros”, recorda a vítima. Os agressores só pararam quando Domingos tombou no chão. Não satisfeitos ainda o arrastaram para a casa de banho da habitação, onde voltaram a agredi-lo a pontapé e o amarraram. “Ataram-me os braços às pernas com cordões que eu usava para amarrar fardos de palha”, conta. Os assaltantes tiraram-lhe todos os documentos, chaves e a carteira. Antes de revirarem todo o anexo do avesso taparam-lhe a boca com película de cozinha e abandonaram-no na casa de banho. Domingos Salvador Henriques conseguiu cortar com os dentes a película que lhe tapava a boca e depois de algum esforço conseguiu libertar as mãos. Ainda combalido e em pânico pediu ajuda a um familiar que o levou para a residência no Carregado. “Quando cheguei ao meu apartamento a porta estava no trinco e lá dentro estava tudo remexido. Não havia nada no sítio. Abriram as gavetas todas, arrastaram móveis à procura de cofres na parede e reviraram prateleiras”, descreve. Do apartamento levaram todo o ouro que tinha, um computador portátil e duas máquinas fotográficas. Domingos ainda se deslocou ao hospital de Vila Franca para receber tratamento médico às lesões sofridas.“Foi um ataque premeditado. Quem me atacou conhecia-me e sabia onde eu vivia e sabia os meus hábitos”, conclui Domingos Henriques. O caso foi entregue à Polícia Judiciária que está a investigar o caso. “Foi algo que mexeu muito comigo mas tenho de fazer um esforço por encarar isto com naturalidade e não me posso deixar intimidar. A vida continua”, desabafa.
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