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António Vicente Tomás

68 anos, aposentado, Azambuja

Se me quisessem dar um carro novo aceitava, claro, mas não andava muito com ele porque a gasolina está a um preço incomportável. É um roubo. Quando é para aumentar aumenta vários cêntimos. Mas quando baixa tiram apenas um cêntimo. Não se compreende.

Se fosse primeiro-ministro qual era a primeira medida que tomava?É uma boa pergunta… Como não sou político confesso que não sei por onde começaria. Mas tenho a certeza que ia fazer melhor do que aqueles que lá estão e nunca fizeram nada pelo povo. Quem vai para o Governo não vai a pensar no melhor para o país mas sim no melhor para eles próprios.A falta de chuva preocupa-o ou nem por isso?A chuva está a fazer muita falta, sobretudo para quem vive da pesca no Tejo e da agricultura. Era importante que chovesse para limpar as estradas, as valas, os esgotos pluviais. Têm aparecido umas águas negras no rio que têm afastado os peixes. A chuva ajudava a limpar tudo isso. Acho que este ano está a ser complicado.O novo hospital de Vila Franca é uma mais-valia?O novo hospital vai ser importante porque vai criar melhores condições de trabalho e de atendimento dos utentes. Mas estou contra a ideia de se fecharem centros de saúde, que a concretizar-se vão sobrecarregar os hospitais de Vila Franca e Santarém. Os doentes são tantos que eles não conseguem dar uma resposta de qualidade. Se houvesse mais centros de saúde abertos era tudo muito mais rápido e melhor para os utentes.Tem acompanhado o caso do casal de idosos que vive num contentor por causa de terem danificado a sua casa na construção da A10?Vejo essa situação com muita tristeza. Parece-me que só neste país essas coisas são possíveis. Acho mal o que lhes fizeram, se foram obrigados a sair da sua casa deviam ter recebido outra onde pudessem viver tranquilos o resto das suas vidas. Não foi correcto o que lhes fizeram.Tem feito cortes no orçamento familiar?Acostumei-me a viver com aquilo que tenho e nos últimos tempos tenho cortado algumas despesas. Já conheci tempos maus, tempos bons e agora vejo que as coisas estão a caminhar para uma situação ruim. O que me deixa mais triste é saber que as próximas gerações não têm um futuro decente. Isso é que é grave.Há quem diga que sempre houve crise no país…Há 30 anos havia trabalho suficiente para toda a gente. E como não havia portugueses suficientes para o trabalho que existia, foi necessário abrir portas à imigração. O problema começou com as dificuldades da construção civil, depois o fecho da fábrica da Opel em Azambuja veio complicar ainda mais a situação na região. Se lhe dessem um carro novo o que fazia?Se me quisessem dar um carro novo aceitava, claro, mas não andava muito com ele porque a gasolina está a um preço incomportável. É um roubo. Quando é para aumentar aumenta vários cêntimos. Mas quando baixa tiram apenas um cêntimo. Não se compreende. O preço tem disparado de tal maneira que não sei onde isto vai parar.

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