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Lixo do aterro sanitário de Abrantes transformado em energia

Lixo do aterro sanitário de Abrantes transformado em energia

A Valnor, que trata resíduos de 25 municípios, informa que no total foi investido um montante de 1,3 milhões de euros.

O aterro sanitário de Concavada, em Abrantes, iniciou oficialmente no dia 20 de Março a produção de energia a partir do aproveitamento do biogás produzido no local. A Valnor, empresa responsável pelo equipamento, refere que foi feito um investimento de 1,3 milhões de euros que permite dotar o aterro de um sistema de captação, encaminhamento e queima de biogás para produção de energia eléctrica e térmica. A célula do aterro onde eram depositados os resíduos sólidos urbanos foi encerrada e requalificada ambientalmente, para que o lixo seja reaproveitado para produzir energia. Rui Gonçalves, presidente do conselho de administração da Valnor, empresa responsável pela recolha, triagem, valorização e tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), afirmou que o investimento é “significativo para a sustentabilidade ambiental” do concelho de Abrantes e da região, tendo assegurado que todo o biogás criado no aterro vai ser queimado e transformado em energia eléctrica. “O aterro, agora totalmente coberto e impermeabilizado, vai produzir durante os próximos anos grandes quantidades de biogás, um gás altamente poluente e que seria libertado para a atmosfera”, disse.A inauguração oficial decorreu no dia em que chegou a Primavera, com as questões ambientais a marcarem os discursos oficiais, nomeadamente, o do secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, Pedro Afonso de Paulo, que tem raízes no concelho. “É sempre um gosto vir à terra dos meus avós. É essencial podermos, com a nossa presença, sinalizar boas práticas”, disse, recordando que o cartão de visita de Abrantes era a lixeira a arder”. O responsável afirmou que, com este exemplo da Valnor, ficou provado que as populações não devem temer o tratamento de resíduos quando estes são feitos com as tecnologias certas, sendo até um factor de valorização para essas povoações. A presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), disse que há muitos anos que a autarquia encetou um conjunto de iniciativas estratégicas com vista à valorização ambiental do território. A autarca recordou a imagem de “lixeira fumegante” que era a marca para quem passava de comboio nas margens do Tejo. “Em boa hora foi criado o Plano Estratégico para Resíduos Sólidos Urbanos que criou um conjunto de iniciativas que vieram condicionar positivamente a actuação dos municípios e que obrigou ao encerramento de lixeiras, como era o nosso caso, para a recuperação ambiental dessas zonas”, atestou.“Está quase a fazer sete anos que os municípios da antiga “AmarTejo”, Abrantes, Gavião, Mação Sardoal e Vila do Rei decidiram integrar a Valnor. Foi uma iniciativa pioneira, que abriu caminho para o processo de fusões e integrações que os sistemas multimunicipais foram começando a realizar por todo o país”, recordou Rui Gonçalves, durante a cerimónia. De acordo com o mesmo responsável a Valnor serve actualmente 300 mil habitantes, trata cem mil toneladas de resíduos sólidos por ano com uma tarifa de 27 euros por tonelada. “A Valnor, que apostou desde cedo no tratamento dos seus resíduos, veio demonstrar que se seguirmos a abordagem certa podemos fazer tão bem como nos sistemas do litoral”, disse, acrescentando que é uma das empresas mais evoluídas do país. Segundo Rui Gonçalves, a energia a produzir será de 5 gigawatt hora/ano de electricidade que já está a ser vendida e injectada na rede eléctrica nacional, permitindo fornecer energia a duas mil famílias, tendo apontado ainda como “mais-valias” do sistema a “protecção ambiental, a produção de energia através de recursos nacionais e o rendimento adicional à empresa” que preside. Rui Gonçalves estima que o investimento agora efectuado em Abrantes seja recuperado em oito anos, anunciando a realização de investimentos até 2013 na ordem dos quatro milhões de euros na unidade central de Avis, ao nível do tratamento dos resíduos. “O ambiente pode e deve ter um papel central na recuperação das economias”, disse, citando o secretário de Estado.
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