É verdade que não é nenhuma pena de prisão ou outro qualquer castigo que vai devolver a vida à vítima. Mas uma pena suspensa aplicada a alguém que matou outra pessoa, parece-me exageradamente leve. Mas afinal não é a vida o bem mais precioso? Neste caso, ainda por cima, o motivo parece-me bastante fútil. Há uns tempos o Tribunal de Santarém condenou um motorista de um camião a dois anos de prisão efectiva, que está a cumprir, por ter provocado um acidente na auto-estrada no qual morreu o filho de um administrador de um hotel da cidade. No caso do coveiro, o Tribunal de Benavente considerou que este não teve a intenção de matar. Ora o motorista quando teve o acidente teve a intenção de matar alguém? Cada vez mais tenho a sensação que na justiça não há só dois pesos e duas medidas. Há vários pesos. Se calhar o problema do motorista foi não se ter mostrado arrependido como fez o coveiro. Miguel Bento