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Falta de meios do Instituto do Sangue complica recolhas do grupo de dadores de Vialonga

Falta de meios do Instituto do Sangue complica recolhas do grupo de dadores de Vialonga

Grupo que celebra o 35º aniversário tem recebido novos dadores mas vê o futuro com preocupação

O presidente do Grupo de Dadores de Sangue de Vialonga diz que existe cada vez mais gente a querer dar sangue mas que a falta de meios do Instituto Português do Sangue não permite fazer uma recolha em condições. O Instituto admite a falta de pessoal.

A falta de meios do Instituto Português do Sangue (IPS) está a complicar a vida aos dadores de sangue de Vialonga e a comprometer a eficácia das recolhas, revela o presidente do Grupo de Dadores da freguesia, Francisco Bordalo. Ao grupo têm chegado cada vez mais pessoas interessadas em doar sangue, mas a falta de enfermeiros e de pessoal administrativo do IPS - responsável pela recolha, transporte e armazenamento do sangue - está a dificultar a vida ao grupo.A falta de pessoal e de material do IPS obriga ao aumento dos tempos de espera e até a catalogação do sangue chega a demorar entre hora e meia e duas horas após o fim da recolha. A situação, diz Francisco Bordalo, é preocupante. “O IPS está a cortar no pessoal e durante as dádivas reconhecemos essa falta de pessoal. Isso cria complicações se houver mais dadores”, que podem ficar sem possibilidades de dar sangue, lamenta. O Instituto Português do Sangue admite que tem falta de recursos humanos e reconhece que situação cria algumas dificuldades em recolhas organizadas pelos grupos benévolos. “Os recursos humanos são cruciais mas nos dias em que há mais solicitações temos dificuldade em gerir todos os pedidos”, refere Gracinda Sousa, porta-voz do conselho directivo do IPS. A responsável refere que o instituto “está sempre a avaliar” a possibilidade de reforçar o quadro de pessoal e que está em curso um levantamento das necessidades.O grupo de dadores de Vialonga recebe entre 100 e 150 pessoas nos dias de recolha. “O corte ao nível de enfermeiros e administrativos cria uma barafunda tremenda”, critica Francisco Bordalo. O dirigente diz que o facto dos médicos e enfermeiros presentes nas recolhas não serem voluntários constitui um problema acrescido. “Não há enfermeiros e às vezes os médicos aparecem à hora que querem”, conclui.No sábado, dia em que o grupo de dadores de Vialonga celebrou o seu 35º aniversário, o presidente da direcção voltou a mostrar preocupações quanto ao facto do sangue ser cada vez menos “um acto altruísta” e cada vez mais “um negócio”, dando como exemplo o hospital de Loures que compra o sangue a uma empresa privada. O dirigente acrescenta que em Vialonga não faltam dadores. “Temos vitalidade e ao nível do nosso funcionamento também estamos bem. Surpreendeu-me começarem a aparecer tantos jovens ultimamente e muitas mulheres. É um bom sinal de que o nosso futuro está garantido”, refere. O dirigente considera que não é o facto de ter sido retirada a isenção das taxas moderadoras na saúde aos dadores que faz diminuir o número de dádivas. “Antigamente íamos para Lisboa dar o sangue sem querer receber nada de volta”. Mas critica o facto de o Governo ao retirar o benefício da isenção estar a “mexer nos direitos adquiridos”, critica.Dadores homenagearam dirigente que faleceuO Grupo de Dadores de Sangue de Vialonga aproveitou a celebração do 35º aniversário da associação para homenagear José Joaquim Roquina, antigo dirigente do grupo que faleceu recentemente. “Uma pessoa a quem o grupo muito ficará a dever e que nunca o esqueceremos”, frisou Francisco Bordalo, presidente do grupo. A foto do antigo dirigente foi colocada numa das salas da sede do grupo, na Quinta da Maranhota em Vialonga.
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