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Hugo Carrasco

Hugo Carrasco

37 anos, chefe de secção, Vialonga

“Os portugueses são acomodados. Acho que temos um pouco a mania da inferioridade, o que faz com que não sejamos tão exigentes como são outros cidadãos de outros países. Por vezes pagamos um serviço e mesmo não ficando bem servidos, como somos um povo humilde, achamos que não devemos reclamar”.

O lugar das mulheres é na cozinha?Não. Nos tempos antigos foi criado esse mito. A cozinha é um lugar também dos homens. Falo por mim. Cozinhar é uma espécie de terapia, um escape. Quando cozinho esqueço-me, por exemplo, de um dia menos bom que tive no trabalho. Pelo menos comigo funciona.Qual é a sua especialidade?Não sou um grande cozinheiro. Não faço pratos muito complexos. Sei fazer o básico que a minha mãe me ensinou quando era adolescente, como arroz e bifes fritos. Tudo o resto vejo em revistas e na televisão. Depois tento ser criativo. Na última ceia de Natal, por sugestão de um amigo, experimentei fazer gambas em leite de coco. Acho que saiu bem porque foi muito elogiado. Avalia as pessoas pelo aspecto físico?Não. É certo que a primeira coisa que vende é a imagem. É isso que nos cativa no imediato. Depois isso pode passar para segundo plano. Podemos estar ao pé de uma pessoa linda mas se tem características que não nos agradam para nós até deixa de ser bonita… Seria capaz de ser capa de uma revista masculina a troco de muito dinheiro?Confesso que não me sentiria muito à vontade porque não me considero fotogénico. Por outro lado acho que não tenho perfil. Se realmente a oferta fosse de uma grande quantia de dinheiro treinava e certamente que teria uma boa equipa a ajudar-me para ter no final um bom resultado. Como sou perfeccionista em tudo e não gosto de fazer figuras tristes teria que ir preparado. O Governo está a ir longe demais nas políticas? Apesar de toda a gente criticar o primeiro ministro e de eu próprio não ser do PSD acho que a política que está a ser seguida para levantar o país está certa. Passos Coelho está a tomar as medidas que têm que ser tomadas. É óbvio que ninguém vai dizer que está a fazer um bom trabalho porque está a mexer nos subsídios de férias e Natal. No fundo está a fazer aquilo que outros deveriam ter feito mais cedo. Não partilho da mesma ideologia mas concordo com a estratégia. Nem todos teriam esta coragem.Se pudesse construir uma casa sem pensar no dinheiro que sítio escolheria?Se optasse por continuar a trabalhar construiria uma casa o mais próximo possível do local de trabalho. Para mim morar a 100 quilómetros do emprego e perder uma ou duas horas de viagem não é qualidade de vida. Estar perto permitir-me-ia dormir até mais tarde, tomar um banho e estar no trabalho quinze minutos depois. Já alguma vez pediu o livro de reclamações?Já estive várias vezes para o pedir mas acabei por nunca o fazer. As pessoas que me acompanhavam acabaram por me dissuadir. Os portugueses são pouco reivindicativos?Os portugueses são acomodados. Acho que temos um pouco a mania da inferioridade, o que faz com que não sejamos tão exigentes como são outros cidadãos de outros países. Por vezes pagamos um serviço e mesmo não ficando bem servidos, como somos um povo humilde, achamos que não devemos reclamar.
Hugo Carrasco

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