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Produtores de tomate pedem intervenção do Governo junto das companhias de seguros

Queixam-se por as seguradoras apresentarem condições de aceitação para a execução de seguro “absurdas”
Os produtores de tomate para a indústria pedem a intervenção do Governo junto das companhias de seguros por estas apresentarem “condições de aceitação para a execução de seguros, para a campanha de 2012, perfeitamente absurdas”.Num comunicado enviado à agência Lusa, a Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP) lamenta as dificuldades que os produtores estão a encontrar para realizar os seguros de colheitas para a campanha de 2012.“Com cerca de 50% do tomate para indústria já plantado, muitos produtores estão completamente desprotegidos, pois, até à presente data, ainda não foram criadas condições para poderem fazer seguro de colheitas”, refere o comunicado. Para a FNOP, esta dificuldade coloca em risco uma actividade “tão importante para a região do Ribatejo e Alentejo, que exporta acima de 250 milhões de euros, envolve mais de 4.000 postos de trabalho e que ocupa 14.000 hectares”.Os produtores lamentam “a falta de entendimento entre o Estado português, as companhias seguradoras e a produção nacional”, o que irá “trazer problemas muito graves não só aos empresários agrícolas, mas a todo o país”.Segundo a FNOP, “a diminuta intervenção do Estado leva a que as seguradoras exijam muito dinheiro para fazer, com muito pouca vontade, um contrato de seguro, tendo um produtor nacional menos coberturas e um seguro 40% mais caro do que em países vizinhos”. Além da questão das chuvas persistentes, “risco ainda não assumido pelas companhias de seguros, apesar de previsto no SIPAC (Sistema Integrado de Protecção contra as Aleatoriedades Climáticas)”, os produtores queixam-se de “uma clara intenção das seguradoras em limitar o aceso aos seguros de colheitas”.Como exemplo, a FNOP refere que algumas seguradoras não aceitam produtores que não sejam clientes noutros ramos de negócio, produtores que não tenham realizado seguro individual de colheitas na campanha de 2011 ou mesmo produtores que tenham tido sinistros na campanha anterior. “Além disto, são ainda impostos limites à produção segurada que não têm em conta o histórico de produção de cada cliente, nem o valor do produto seguro, sendo o capital seguro substancialmente inferior ao valor real do risco, o que deixa, à priori, parte da produção desprotegida”, acrescenta o comunicado.Para os produtores, o seguro de colheitas é um instrumento indispensável para diluir e reduzir os riscos associados a uma actividade que exige “avultados investimentos na modernização tecnológica”.Sublinhando que a produção “não está em condições de suportar sozinha os riscos da sua actividade”, os produtores lamentam que, sempre que há uma intempérie, sejam obrigados a vir “à praça pública” para reivindicar ajudas, “criando junto da opinião pública a ideia de que os agricultores, ou porque chove ou porque faz sol, andam sempre insatisfeitos”.Declarando-se “indignada” com uma situação que “causa já um tremendo mau estar no seio do sector”, a FNOP considera “urgente a intervenção do Estado Português ao mais alto nível”, sob o risco de, dentro de oito dias, poder ser tarde demais.

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