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O discurso mais curto de Moita Flores

O discurso mais curto de Moita Flores

Chuva condicionou celebrações do 25 de Abril em Santarém e o autarca limitou-se a saudar a data. Deve ter sido a última vez que discursou como presidente do município escalabitano nessa efeméride.

O discurso de Moita Flores nas celebrações do 25 de Abril em Santarém deve ter sido o mais rápido da sua carreira autárquica de seis anos e meio na cidade ribatejana, não chegando a demorar um minuto. E deve também ter sido o último como presidente da câmara escalabitana nessa efeméride, pois para o ano por esta altura é muito provável que o autarca já esteja a preparar a sua candidatura a um município da Área Metropolitana de Lisboa.A culpa foi da chuva persistente que se abateu sobre a cidade nessa tarde e que obrigou ao cancelamento de algumas das actividades previstas, como a actuação de bandas filarmónicas do concelho. Valeram os poemas lidos por José Raimundo Noras e por Maria da Purificação e, no final, a animação de um grupo de estudantes da Escola Superior de Educação, para garantir o colorido cultural ao momento.Algumas dezenas de populares assistiram às cerimónias abrigados em ombreiras de portas de prédios ou debaixo de toldos de lojas e cafés da zona, enquanto um grupo de militares do Regimento de Manutenção do Entroncamento formou debaixo de chuva junto ao local. Junto à estátua de Salgueiro Maia, só o representante da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, capitão-tenente Carlos Rodrigues Marques, foi menos parco nas palavras despejando um dilúvio de críticas sobre o Governo da Nação numa cidade cuja câmara é gerida pelo partido do primeiro-ministro Passos Coelho.Os avisos dos militares aos políticos“O exercício do poder deixou de se centrar nas pessoas. Os mais novos são um custo, os mais velhos um encargo e os restantes, provavelmente e ainda, um mal necessário. Perdeu-se a importância das pessoas na sociedade, a qual vai sendo dividida, amedrontada, aterrorizada e descrente”, atirou o militar com a classe política na mira.O oficial afirmou que a Constituição da República está “gravemente ferida”, considera que “esta sociedade não pode percorrer trilhos de mentira e falsidades, de ausências e omissões” e diz que não se pode recear novas revoluções pois elas estão a acontecer todos os dias e sem o apoio popular.“Hoje, passados 38 anos, não se podem recear novas revoluções porque elas sucedem-se diariamente, sem anúncio e sem militares. As revoluções banalizaram-se e já não recebem o apoio popular”, avisou, acrescentando que “uma sociedade onde não se cumprem os compromissos e onde não há responsáveis aumenta o anseio pela chegada do novo Messias que possa constituir-se como a reserva moral de todos e que não pareça comprometido com tudo e com todos, excepto com Portugal e com os portugueses”.
O discurso mais curto de Moita Flores

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