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António Rodrigues fura protocolo e baralha visita de embaixadores da América Latina a Torres Novas

António Rodrigues fura protocolo e baralha visita de embaixadores da América Latina a Torres Novas

Diplomatas deslocaram-se a Torres Novas para visitar empresas mas acabaram a ver dromedários no castelo por iniciativa do presidente da câmara.

Como se não bastasse a chuva copiosa na manhã de sexta-feira para atrasar o ritmo normal da visita de embaixadores da América Latina a Torres Novas, promovida pela Nersant e pela AIP, em colaboração com a Casa da América Latina, o presidente da Câmara de Torres Novas, António Rodrigues (PS), decidiu dar um ar da sua graça furando o protocolo por completo e deixando a organização com os nervos à flor da pele.Inicialmente estava previsto que, após a recepção aos convidados, nas instalações da associação empresarial Nersant se realizasse uma sessão de boas-vindas, mas os embaixadores presentes - o da República Dominicana estava perdido algures no Ribatejo - tomaram lugar num mini-autocarro da câmara torrejana, acompanhados pela presidente da Nersant, Salomé Rafael, e pelo presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), José Eduardo Carvalho, rumo à Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, onde Rodrigues esperava a comitiva que coube no autocarro. Sem que parasse de chover, a solução foi entrar pelas traseiras do edifício, a correr e sem a recepção protocolar que a situação obrigaria, para desagrado visível da secretária-geral da Casa da América Latina, Manuela Júdice. “Mas vamos entrar pela garagem?”, questionou antes do mini-autocarro estacionar onde conseguiu arranjar lugar. Já no auditório da biblioteca, os embaixadores assistiram a um vídeo promocional de Torres Novas e foram brindados com cerca de meia hora de discursos. “Alterei toda a minha agenda porque senti que era o meu dever estar ao lado da Nersant e da AIP para vos receber. Torres Novas apostou forte e feio no empresariado e na década de 90 criámos largas centenas de postos de trabalho”, disse o autarca que antes de terminar o discurso pediu dez minutos para todos saírem dali a pé e apanharem o autocarro noutro local da cidade a fim de visitarem a Feira Medieval. E assim seguiu a comitiva de embaixadores, pelo próprio pé, rumo às muralhas do castelo, onde deram de caras com dois dromedários. Uma pausa no tempo chuvoso ajudou a salvar a situação. “Mas vieram para ver empresas e acabam a ver camelos?”, desabafou um elemento da comitiva, visivelmente agastado. Salomé Rafael não largava o telemóvel tentando controlar a missão. Na ânsia de mostrar obra feita, António Rodrigues baralhou as voltas à comitiva empresarial que, àquela hora, já deveria estar sentada a discutir o incremento das relações económicas entre Portugal e os países da América Latina. Desceram em seguida, desviando-se de gansos e cabras que circulavam no espaço da Feira, até à Praça 5 de Maio, onde ainda houve nova paragem forçada para assistir a um desfile medieval. Era mais de meio-dia quando os embaixadores e restante comitiva entraram novamente no autocarro. Por pouco, um dos representantes não ficava para trás, uma vez que o grupo separou-se em vários núcleos. Valeu um telefonema para o motorista do autocarro que contava receber os embaixadores de volta no outro lado da cidade. Com tanto imprevisto, a reunião empresarial acabou depois das catorze horas.O embaixador da República Dominicana, que chegou atrasado ao encontro, o primeiro do género, não viu camelos nem cuspidores de fogo, mas explicou que o seu motorista decidiu vir de Lisboa a Torres Novas pela estrada nacional e que acabou por se perder por cantos e recantos do “guapo” Ribatejo.
António Rodrigues fura protocolo e baralha visita de embaixadores da América Latina a Torres Novas

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