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A crise também já chegou ao comércio religioso em Fátima

A crise também já chegou ao comércio religioso em Fátima

Trezentas mil pessoas visitaram cidade mas grande maioria opta por não comprar
As badaladas que ecoam pelo Santuário de Fátima anunciam o final da missa realizada na manhã de 13 de Maio. Milhares de pessoas circulam pelas ruas envolventes à basílica tornando-se difícil circular por ali. Números oficiais dizem que cerca de 300 mil pessoas visitaram Fátima. Um aumento em relação a anos anteriores. Apesar disso, os comerciantes queixam-se e dizem que o negócio já foi melhor. Todos concordam que também em Fátima se sentem os efeitos da crise que atinge o país. “As pessoas olham, perguntam preços mas não levam nada ou então levam coisas mais pequenas”, explica Manuel Gomes, comerciante.A mesma opinião tem Vânia Silva, funcionária de uma loja de artigos religiosos junto ao santuário. Quando começou a trabalhar neste emprego, há cerca de oito anos, as pessoas compravam mais. “O facto do dia 13 de Maio ser a um domingo é uma vantagem porque traz mais pessoas, mas o que acontece é que há mais confusão do que compras. Às vezes num dia normal, com muito menos visitantes, vendemos tanto como hoje”, refere.Quem lucra com o negócio nestes dias são os restaurantes, cafés e pastelarias. A missa na basílica termina à hora de almoço e os visitantes procuram um local para aconchegarem o estômago. Estes estabelecimentos comerciais estão à pinha com as esplanadas repletas e filas para entrar. Os funcionários não param um minuto para darem vazão a tanto atendimento. “Hoje é o melhor dia do ano e há a vantagem de calhar ao fim-de-semana e estar bom tempo, o que significa que estão cá milhares de pessoas”, diz um empregado de balcão interrompendo a conversa para atender mais uma mesa de clientes.Os visitantes confirmam a versão dos comerciantes. Amélia Henriques veio de Braga para assistir à procissão das velas e à missa de 13 de Maio. Pediu saúde e harmonia para si e para os seus. No final da missa, e antes de regressar a casa, andou a ver as lojas mas não comprou nada. “Têm artigos religiosos muito bonitos mas não posso comprar. Já fiz um grande sacrifício com o dinheiro que gastei este fim-de-semana em combustível, portagens e comida. Não há dinheiro por isso não podemos comprar”, lamenta.Comerciantes continuam a infringir regrasApesar do regulamento da Câmara Municipal de Ourém proibir, grande parte dos lojistas continua a expor os artigos que tem para venda no exterior das lojas. Pelo menos foi o que O MIRANTE constatou no domingo, 13 de Maio. Quem percorre os passeios encontra t-shirts, chapéus, brinquedos, roupa, sem esquecer o tradicional artigo religioso. Alguns comerciantes afirmam que sem este método as vendas caem muito. Outros defendem que se todos respeitassem a postura municipal, os comerciantes competiriam em pé de igualdade. Recorde-se que em Agosto de 2010 foi publicado um edital municipal que mexeu com os comerciantes, chegando, na altura, um fiscal a ser agredido quando tentava passar uma coima a um vendedor por ter artigos fora da loja.
A crise também já chegou ao comércio religioso em Fátima

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