Explosões ao longo dos anos na fábrica de pirotecnia de Torres Novas já provocaram cinco mortos
Entidades responsáveis nunca tornaram públicas as causas das diversas explosões
O trabalhador da Martins & Martins que sofreu queimaduras graves na explosão de 15 de Maio acabou por falecer esta terça-feira na Unidade de Queimados do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
A explosão verificada no dia 15 de Maio pelas 16h30 na fábrica de pirotecnia Martins & Martins, em Torres Novas, da qual resultou um morto, é o terceiro acidente do género ocorrido no local desde 1997. Júlio Ribeiro Fernandes, 39 anos, faleceu esta terça-feira na Unidade de Queimados do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra na sequência das queimaduras que sofreu em 80 por cento do corpo. O trágico balanço dos acidentes registados naquela indústria é de cinco mortos e dois feridos.Em 14 de Julho de 1997, morreram no local Ana Maria Coelho de 33 anos e Adelino de Jesus de 58 anos, que se encontravam a manusear pólvora. Dois outros trabalhadores ficaram feridos na sequência das três explosões que destruíram por completo parte da fábrica situada no bairro de S. Domingos. A primeira explosão foi ouvida por volta da mesma hora da que ocorreu na passada semana, pelas 16h30. Pessoas que moravam na vizinhança disseram a O MIRANTE que já se tinham verificado explosões em anos anteriores mas sem tanta gravidade.Três anos depois, em Abril de 2000, uma sexta-feira, por volta das duas da tarde, Filomena Maria Antunes Lucas de 30 anos e José Joaquim Conceição Inácio Pernes Romão, de 39 anos, morreram na sequência de um incêndio e uma explosão no edifício onde procediam à moagem de produtos para fabrico de pólvora. A O MIRANTE o director técnico da empresa, Rui Martins disse que os vinte trabalhadores que tinha ao seu serviço tinham a consciência que trabalhavam num sector de risco e que isso não as impedia de trabalhar. “Os operários sentem-se seguros. A prova é que tenho funcionários a trabalharem aqui há mais de 20 anos. Quando tivemos o outro acidente (1997) houve uma pessoa que se despediu mas passados seis meses voltou à empresa”, afirmou.Num caso como noutro as entidades a quem compete fiscalizar ocorrências do género não divulgaram o resultado dos respectivos inquéritos.
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