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Pedida condenação para homem acusado de seduzir e roubar mulheres

Pedida condenação para homem acusado de seduzir e roubar mulheres

Jorge Perestrelo Nogueira fazia-se passar por piloto aviador e usava a profissão para justificar ausências às várias mulheres com quem estava envolvido ao mesmo tempo.

O Ministério Público de Tomar pediu a condenação de Jorge Perestrelo Nogueira, 56 anos, acusado dos crimes de abuso de confiança e de furto, uma vez que, oito dias após se ter envolvido sentimentalmente com uma empresária tomarense lhe terá alegadamente roubado 2500 euros, um computador portátil e uma mala de viagem. Registou-se ainda outra queixa semelhante em Tomar mas o processo acabou arquivado por falta de provas. O advogado de defesa alega inocência considerando que existe “um processo de intenções” contra o seu cliente, alimentado pelas notícias de jornais, e que esses bens foram prendas da mulher com quem se relacionou. “Como é que alguém deixa essa quantia de dinheiro à mão de semear de alguém que conhece há apenas oito dias?, argumentou. Também Jorge Nogueira voltou a dizer em sua defesa que é vítima de uma cabala organizada por uma mulher, de quem tem um filho de dois anos. “É um profissional do engate”, dizia no início desta sessão a O MIRANTE um elemento do público, que veio propositadamente de Lisboa para assistir à segunda sessão do julgamento. No átrio do Tribunal de Tomar contámos, pelo menos, seis das suas supostas vítimas. Todas as mulheres, com idades entre 40 e 60 anos, apresentam uma imagem cuidada, reveladora do seu estatuto social. De acordo com o apurado, o homem, que se fazia passar por piloto aviador, conhecia as mulheres, divorciadas e com dinheiro mas sentimentalmente fragilizadas, nos seus locais de trabalho ou na Internet. Fingia levar uma vida de luxo, exibia documentos falsos e usava a profissão para explicar as ausências prolongadas, conseguindo manter vários relacionamentos em simultâneo. De acordo com uma das mulheres, terá agido deste modo durante trinta e cinco anos, fazendo vítimas em diversos pontos do país, tal como Tomar, Chamusca, Almeirim ou Cascais. No Tribunal de Benavente, por exemplo, decorre um processo contra Jorge Perestrelo Nogueira que tem nove volumes.Na sessão de quinta-feira, 17 de Maio, foi julgado por supostamente ter enganado uma mulher que é professora e empresária em Tomar e com quem terá mantido um relacionamento de oito dias, no início de Setembro de 2010, tendo-se apropriado de 2500 euros que esta tinha guardados na gaveta de uma mesa de cabeceira, de um computador portátil e de uma mala de viagem. Arguido mentiu ao negar ter estado em TomarComo o arguido negou, na primeira sessão, sequer ter estado em Tomar, a empresária arrolou como testemunhas duas funcionárias da sua loja de roupa a quem o mesmo foi apresentado como companheiro. “Contrariamente ao que o senhor disse, ficou provado que esteve em Tomar e se apropriou destes bens”, disse a delegada do Ministério Público. Uma das testemunhas de acusação referiu que, neste mesmo período, mantinha uma relação amorosa com o arguido e que, quando resolveram morar juntos, viu a referida mala e o computador. Também foi almoçar e jantar fora com o arguido e era ele quem pagava as refeições com notas de 200 e 500 euros. Outra testemunha, que viveu com o acusado durante mais de um ano, conta que começou a desconfiar do ex-companheiro quando soube coisas através da amiga de uma amiga, terminando a relação quando estava grávida de oito meses. Quase no final da sessão, a juíza pediu às várias mulheres que estavam sentadas nos bancos dianteiros, imediatamente atrás do arguido, que se sentassem na última fileira, ordem que acataram. “Vais apodrecer na prisão”Jorge Perestrelo, detido desde 13 de Dezembro de 2011 no Estabelecimento Prisional de Lisboa devido a outro processo, regressa ao Tribunal de Tomar no dia 31 de Maio para conhecer a sentença. Após ter entrado na carrinha dos serviços prisionais foi insultado por vários homens e mulheres que só pararam de gritar quando esta partiu. Após ter seguido viagem, uma das vítimas desmaiou no exterior do Palácio da Justiça, tendo que ser assistida pelo INEM, após ter gritado: “Vais apodrecer na prisão pelo que nos fizeste”.
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