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Tarimbado Manuel Serra d’Aire

Não sei se já te apercebeste mas temos mais um europeu de futebol à porta. Durante cerca de um mês vamos andar mais entretidos com a bola na trave e o fora de jogo mal tirado do que com aquilo que realmente importa nesta altura do ano: os biquínis, as minissaias e os tops decotados que fazem a alegria dos nossos olhos e nos levam a dar graças a Deus pela existência de semelhantes criaturas.A histeria futebolística vai também permitir ao ministro tomarense (de adopção) Miguel Relvas respirar um pouco, depois dos apertos que tem levado nos últimos tempos. Duvido que haja alguém a puxar pela selecção com mais interesse e entusiasmo que o também presidente da Assembleia Municipal de Tomar. Enquanto as bolas entrarem nas balizas adversárias e a malta estiver concentrada nos mísseis do Ronaldo e nos frangos do Patrício não está o conhecido político sujeito à rabia que a oposição e alguns barões do seu partido têm andado a jogar com ele.E como os amigos se vêem sobretudo nas alturas de má sina, quero aqui deixar a minha solidariedade ao ministro Relvas, sobretudo no que toca à pressão intolerável a que foi submetido por uma jornalista que lhe deu meia hora para responder a algumas perguntas. Como eu o compreendo! Quando este valdevinos que se assina andava a estudar (ou melhor, a passear os livros) também achava abusivo, anti-constitucional e até lesivo dos direitos humanos que nos exames de matemática ou de física, por exemplo, dessem apenas duas horas para responder a um questionário completamente absurdo, já que aquelas perguntas para mim não faziam qualquer sentido. Por isso, para provar que não sou um Pacheco Pereira qualquer, aqui ficam os meus respeitos e a minha compreensão. E se houver um lugarzito de motorista a mais, já sabe, é só dizer. Tenho acompanhado com algum interesse a veia artística e cultural que se tem apoderado de alguns dos nossos autarcas, que têm contribuído para melhorar as contas bancárias de alguns dos nossos artistas. Falo da profusão de esculturas um pouco por todo o lado, casos de Abrantes, Barquinha ou Santarém. Depois da epidemia das rotundas veio a febre das estátuas, algumas de muito bom gosto e outras de validade duvidosa. Como aquela obra implantada à beira-Tejo na Ribeira de Santarém, que é muito à frente para os meus olhos de leigo. Uma instalação em chapa meio debruçada sobre o rio remete mais para destroços de um qualquer projecto falhado do que para uma obra de arte, ainda por cima paga pelo bolso dos contribuintes.Em Santarém a tradição já não é o que foi nos últimos sete anos. Acabaram-se os festivais no Alviela, os desfiles de Carnaval, os festivais do bacalhau e, com Moita Flores de abalada, até a praça de toiros deixou de encher. Resta no próximo 10 de Junho aproveitar o porco no espeto à borla que a câmara ou alguém por ela vai dar ao povo, porque é bem capaz de ser o último.Saudações camonianas do Serafim das Neves

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