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Quando os pais não podem ir de férias as câmaras e empresas municipais dão uma ajuda

Em tempo de crise os programas de Verão para jovens ganham mais importância

Os programas de férias organizados por câmaras e empresas municipais, constituem anualmente uma alternativa para uma ocupação dos tempos livres dos jovens da região e este ano a sua importância aumenta uma vez que a situação financeira limita as possibilidades de muitas famílias fazerem férias de Verão. Embora os programas sejam dirigidos a crianças e jovens de todas as classes sociais, é normal que sejam as famílias mais carenciadas aquelas que depositam neles maiores expectativas. E é também natural que os organizadores facilitem, através de isenções e descontos a participação dos jovens oriundos das mesmas. Câmaras municipais e empresas municipais também sentem a crise e não podem proporcionar o que muitas vezes desejariam aos participantes mas quando se é jovem o que interessa muitas vezes é a alegria do convívio, de uns mergulhos numa piscina ou de umas jogatanas de futebol.

Proporcionar férias divertidas e com responsabilidadeLuís Arrais, administrador Scalabisport, SantarémSe pudesse, Luís Arrais, gostaria de proporcionar aos jovens do concelho de Santarém que participam habitualmente nos programas de férias, a possibilidade de assistirem a uma final da Liga dos Campeões de Futebol. De preferência a uma em que participasse e ganhasse, o seu Benfica. Clubismo à parte e enquanto o desejo do administrador da Scalabisport não se concretiza, contenta-se em proporcionar-lhes umas férias proveitosas do ponto de vista intelectual e desportivo. Na sua opinião, os programas de férias são sempre importantes independentemente dos tempos de crise. “Muitos pais não têm férias na altura das férias escolares e os filhos têm que ter alternativas, como os campos de férias. Nós tentamos proporcionar umas férias divertidas e com responsabilidade”, explica. Da adolescência recorda as férias na praia da Nazaré, onde todos os anos se juntava um grande grupo de amigos. “São histórias que ficam na memória. Foram anos inesquecíveis”, recorda.Isenções de pagamento e preços reduzidos para crianças carenciadasCarlos Carrão, presidente da Câmara Municipal de TomarA Câmara de Tomar está a tentar enquadrar no programa de férias os jovens de famílias mais carenciadas através de isenções e preços mais reduzidos. O município organiza dois tipos de programas: um em que o jovem permanece o dia inteiro com almoço incluído e outro só com actividades lúdicas. O programa contempla visitas para fora de Tomar mas não estão a conseguir fazer como gostariam e têm, por isso, optado mais por actividades desportivas. “Gostaríamos de fazer mais actividades de âmbito cultural e visitas para que as crianças e jovens pudessem adquirir conhecimento cultural. Enquanto não é possível, fazemos visitas na nossa cidade que também tem muitos locais de interesse cultural”, justifica.Na sua memória, Carlos Carrão, guarda as férias na praia da Nazaré com a família. Esta foi a praia da sua adolescência e onde também passou momentos importantes que gosta de recordar. “Foi na Nazaré que fiz os primeiros passeios com os meus filhos quando eles nasceram. É uma praia com grande simbolismo para mim e sempre que posso gosto de lá voltar”, afirma.Programas de férias fazem ainda mais sentido em tempo de criseJosé Veiga Maltez, presidente Câmara Municipal da GolegãO presidente da Câmara da Golegã, José Veiga Maltez, considera que os programas de férias para jovens fazem sempre sentido sobretudo em tempos de crise como aqueles que vivemos. O autarca explica a O MIRANTE que há vários anos organiza uma colónia de férias, na zona do antigo centro de estágio, para as crianças e jovens do concelho. As crianças podem desfrutar de passeios, piscina, jogos entre outras actividades, onde todos se podem divertir. “A colónia de férias é uma forma das crianças estarem ocupadas e, ao mesmo tempo, terem actividades didácticas e pedagógicas”, afirma acrescentando que também apoiam a OTL (Ocupação de Tempos Livres) da Santa Casa da Misericórdia de Azinhaga. Se pudesse, Veiga Maltez gostava de proporcionar uma semana de férias na praia, a todas as crianças do seu concelho. Até agora não foi possível, mas recentemente os jovens que estão integrados na colónia de férias foram um dia à praia. “O mar e o sol são muito importantes sobretudo para crianças e jovens em desenvolvimento. Faz muito bem à saúde”, refere.José Veiga Maltez recorda com saudade os meses de Agosto da sua infância que passava com a família na praia de São Pedro de Moel. Ainda hoje quando lá volta recorda os cheiros e sons desses tempos. “Tenho essa nostalgia da infância, as férias hoje não são programadas como antigamente e agora, com os afazeres profissionais, não há tanto tempo para desfrutar da companhia da família”, conclui.Dar um pouco de alegria a crianças e jovens de famílias com menos recursosCarlos Coutinho, administrador Desmor, Rio MaiorO administrador da Desmor considera que os programas de férias para jovens durante os meses de Verão são este ano ainda mais importantes que nos anos anteriores. “Com as famílias a viverem com orçamentos mais apertados é natural que estes programas sejam recebidos com mais interesse”, diz. “As pessoas têm menos poder de compra e desta forma é possível proporcionarem aos seus filhos momentos diferentes em que eles se podem divertir”, acrescenta.Carlos Coutinho destaca a importância destes programas na integração das crianças em actividades desportivas e de expressão plástica. “Durante o ano lectivo estas são actividades menos desenvolvidas e por isso apostamos nelas para que percebam a sua importância. É importante para diversificar e enriquecer as suas vivências”, diz, acrescentando que a Desmor proporciona às crianças e jovens do concelho de Rio Maior todas as actividades importantes para o seu desenvolvimento e conhecimento. Recentemente os participantes no programa de férias foram ao estádio do Jamor, em Lisboa e ao Museu da Ciência Viva, em Alcanena. Carlos Coutinho gostava de lhes proporcionar mais saídas para actividades culturais. Das suas férias da adolescência guarda na memória os três meses de férias de Verão, onde, diz, havia maior liberdade do que hoje em dia. “Passava dois meses e meio na praia de Altura, no Algarve. Construí muitas amizades de Verão e ainda mantenho muitas delas. Até aos 18 anos foram momentos marcantes. Depois entramos na universidade e deixamos de ter tanto tempo livre”.

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