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Jovem de Santarém estreia-se como realizador de cinema

Nuno Filipe estreou recentemente a sua primeira curta-metragem, “Vaffanculo”, perante amigos e familiares.

Aos 20 anos Nuno Filipe, nome “artístico” adoptado por Nuno Filipe Afoito Rebelo, está determinado em ser realizador de cinema. O jovem de Santarém teve formação como actor mas é como realizador que quer explorar todas as suas ideias. Dia 17 de Julho, várias dezenas de pessoas, entre familiares, amigos e amigos de amigos, encheram o bar D. Pepe para assistir à curta-metragem “Vaffanculo” (o italiano para “Vai-te Foder”), o seu trabalho de estreia. Escreveu o argumento, dirigiu, fez o storyboard e só precisou de alguém que assegurasse a filmagem de 20 minutos, o que aconteceu com o apoio de João Soeiro.O gosto de Nuno Filipe começou primeiro pelo teatro e pelas peças do Veto Teatro Oficina a que a mãe, Florbela Afoito, o levou desde tenra idade. Frequentou o Grupo Amador de Teatro de Almeirim durante dois anos até ir para a Escola Profissional de Teatro de Cascais, que lhe deu equivalência em estudos ao 12.º ano. “Cheguei à conclusão que ser actor é demasiado fechado ao contrário do trabalho do argumentista ou do realizador, que expande horizontes. Sempre tive grande fascínio pela história e pelo cinema”, explica Nuno Filipe.Parou os estudos e entretanto candidatou-se ao curso de Realização da Escola Superior de Teatro e Cinema da Amadora, onde espera entrar e consolidar os seus conhecimentos. Quanto ao filme, foi uma aventura que concretizou de uma ideia surgida no comboio entre Coimbra e Santarém. Teve outras ideias mas que não surgiram com princípio, meio e fim como a de Vaffanculo. Uma curta-metragem de 20 minutos rodada quase integralmente num apartamento desocupado do bairro de S. Domingos, em Santarém, pertença de um familiar de Nuno Filipe. Conta a história de um casal jovem que se encruzilha num jogo de traições, mentira, medo, culpa, dor, revolta e vingança. Conta com as interpretações de Guido Rodrigues e Patrícia Duarte, actores que vieram de Lisboa, e de Sofia Morte e Carlos Gabriel Vieira. Conta ainda com a participação do actor escalabitano António Júlio no final da curta metragem. A banda sonora coube ao grupo Infuse, que actuou na noite da apresentação.Foram 20 minutos de filme extraídos de cerca de cinco horas de gravações, num projecto sem orçamento e sem marketing envolvidos. “Foi o primeiro trabalho com alguma visibilidade que quis dar a conhecer em Santarém. Quis que fosse num espaço único para chamar público como se fosse ao cinema ver um filme, e não disponibilizá-lo na internet”, diz Nuno Filipe, que já contactou o Cineclube de Santarém para saber se há possibilidade de passar a curta-metragem no Teatro Sá da Bandeira. Adepto do trabalho dos realizadores Stanley Kubrik e Lars Von Trier, ou do português João César Monteiro, Nuno Filipe aprecia a mensagem que passam e também pela intensidade e drama que conseguem passar para uma história. Garante que não queimou etapas ao querer ser realizador desde novo, como qualquer jovem que queira ser treinador sem ter sido futebolista. Lembra o caso de Orson Welles, que dirigiu “Citizen Kane” aos 25 anos, que o tornou a ele e ao filme ícones do cinema.Para Agosto ou Setembro, Nuno Filipe prepara a gravação de nova curta-metragem com o título de “Quimera”. O projecto de ser realizador profissional leva-o a pensar em prosseguir estudos no estrangeiro, onde são dadas mais oportunidades.

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