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Acusados de extorquir dinheiro aguardam julgamento em liberdade

O Ministério Público decidiu levar a julgamento sete homens, entre os 19 e os 52 anos, acusados em co-autoria dos crimes de associação criminosa, extorsão na forma continuada, coacção, dano, ofensas corporais e ameaça agravada a comerciantes de Abrantes. Os arguidos residem quase todos naquela cidade, no problemático bairro Vale de Rãs, e são considerados “muito violentos e perigosos”, actuando em grupo desde 2000, altura em que começaram a extorquir dinheiro a alguns comerciantes, quantias não inferiores a 50 euros e que eram, depois, divididas entre todos. O Ministério Público admite ainda que não conseguiu identificar todos os membros do grupo.Segundo o despacho da acusação, a que O MIRANTE teve acesso, o grupo era liderado pelo homem mais velho que tem como característica ser “uma pessoa intimidatória perante todas as pessoas não pertencentes à sua etnia e, sobretudo, à comunidade que lidera”. O documento refere que, muitos comerciantes, perante ameaças de morte ou de vandalização, eram forçados a pagar mensalmente, quantias sempre superiores a 50 euros, bem como a entregar géneros alimentícios e outras mercadorias como tabaco e bebidas em troca de, alegada, protecção. “A obtenção dos valores monetários desta forma ficou conhecida por ‘camorra’”, refere a acusação. A actividade do bando foi notícia na edição de O MIRANTE a 30 de Setembro de 2010 quando os vereadores do Partido-Social Democrata de Abrantes, Santana Maia e António Belém Coelho, afirmaram numa reunião pública que se viviam no concelho “situações de cariz mafioso” que incluíam “extorsão de dinheiro e de bens a comerciantes, através da intimidação física e de coacção psicológica, e de esquemas de contratação de elementos de comunidades marginais para amedrontar e afugentar a clientela de estabelecimentos comerciais concorrentes”. A presidente da câmara, Maria do Céu Albuquerque (PS), considerou sempre que se estava a especular à volta de casos pontuais e eventualmente de querelas entre vizinhos e defendeu que Abrantes era uma cidade segura. O nosso jornal entrevistou, na ocasião, um comerciante que dizia ter sido espancado no interior do seu estabelecimento, na Avenida 25 de Abril. Aquela situação consta no despacho da acusação bem como outros episódios semelhantes.

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