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Se as câmaras estão paralisadas o que vai acontecer aos trabalhadores que não têm trabalho?

Leio diariamente notícias sobre obstáculos que a lei dos compromissos está a colocar ao normal funcionamento das câmaras municipais. São listas enormes de obras que os responsáveis autárquicos dizem que não podem ser feitas, trabalhos que as câmaras faziam para os quais deixa de haver dinheiro e em certos casos até é dito que alguns serviços nem papel têm para as fotocopiadoras. Esta situação de quase paralisia dos municípios faz-me pensar que a seguir vai chegar a vez de despedir funcionários. Para já há municípios que não estão a renovar contratos a prazo e estão a prescindir de outros que trabalhavam a recibo verde mas não é desses que eu falo. É dos que estão no quadro, efectivos. Bem sei que há a ideia que os funcionários públicos são “indespedíveis”, desculpem-me o neologismo, mas se não têm nada para fazer, o que estão lá a fazer? A receber o ordenado sem nada fazerem? Eu sei que o Governo já prometeu que os professores que não têm alunos vão continuar nas escolas a receber o seu ordenado. Mas será possível fazer o mesmo nas autarquias? Numa qualquer empresa pública, numa situação como esta, toda a gente sabe o que acontece. Há trabalhadores que são despedidos. Na função pública tal nunca aconteceu mas é inevitável que aconteça. Esta situação anacrónica de um Portugal com trabalhadores de primeira e de segunda, que tem sido sustentada por sindicatos e governantes não vai manter-se por muito mais tempo. Se ao Estado compete gerir bem o dinheiro público como é possível fazê-lo bem mantendo trabalhadores ao serviço sem ter trabalho para lhes dar? Perspectivo tempos muito negros e acho que a solução não é permitir às câmaras que voltem a gastar sem controlo. A solução tem que passar por melhorar a economia para que não sejam apenas os funcionários públicos a manter os empregos mas todos os portugueses. É que, em teoria e de acordo com a Constituição, somos todos iguais embora até agora uns tenham sido mais iguais que outros. Altino Mendes Abrantes

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