A Associação de Pais e Encarregados de Educação da escola primária de São Facundo não se conforma com o anunciado encerramento daquele estabelecimento de ensino do concelho de Abrantes já no próximo ano lectivo e acusa o município de ser responsável pela situação. “(...) é com profundo pesar que consideramos a Câmara Municipal de Abrantes a principal responsável pelo encerramento da escola de São Facundo. Na verdade, quem nos deveria defender traiu-nos. Traiu-nos pelo que fez às escondidas e pelo que não faz às claras. Consideramos que é dever da câmara corrigir o erro que cometeu e lutar por manter a escola aberta”, lê-se no comunicado.A associação diz que o fecho da escola é feito contra a vontade dos alunos, dos pais, dos professores, da população e dos autarcas da freguesia, referindo que a decisão foi tomada oficialmente pela Direcção Regional de Educação a 17 de Julho e “mantida em segredo para evitar que fosse possível qualquer reacção em tempo útil e, desta forma, nos colocar a todos perante um facto consumado”.“Recusamos aceitar o encerramento da nossa escola e não reconhecemos a ninguém o direito de decidir por nós”, reclamam os pais e encarregados de educação, alegando que a escola continua a ter o número mínimo de alunos exigido por lei para poder continuar a funcionar.Contactada por O MIRANTE, a Câmara de Abrantes informa que a decisão do encerramento das escolas é da competência exclusiva do Ministério da Educação, tendo a autarquia recebido a 7 de Agosto a informação da homologação, por parte do secretário de Estado, referente à extinção de 13 escolas básicas e jardins-de-infância no concelho, passando estes alunos a integrar os novos centros escolares. No caso de São Facundo, os alunos serão transferidos para o Centro Escolar da Bemposta. No ano passado frequentaram essa escola 21 alunos repartidos por duas turmas.A autarquia informa ainda que promoveu reuniões com os pais e encarregados de educação, para lhes apresentar o projecto dos novos centros escolares e posteriormente para os informar sobre questões de ordem prática relacionadas com transportes, alimentação e as condições das novas escolas. Acrescenta que o assunto dos encerramentos de escolas foi abordado no último Conselho Municipal de Educação, que se realizou no final do ano lectivo, não tendo havido considerações em defesa do não encerramento das escolas.