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Concertina continua na moda e jovens garantem que tradição não morre

Encontro de Tocadores de Concertina da Barrenta juntou cerca de duas centenas de instrumentistas
No palco já começaram as actuações mas é no largo da aldeia da Barrenta (concelho de Porto de Mós) que se faz a festa. Tocadores de concertina, vindos de todo o país, juntam-se e improvisam sons à desgarrada. Os visitantes acompanham com palmas, entusiasmados com o espectáculo. O Encontro Nacional de Tocadores de Concertina da Barrenta, que se realizou na tarde de sábado, 29 de Setembro, e juntou este ano cerca de duas centenas de tocadores, já vai na 11ª edição e é a festa principal da aldeia que, durante o ano, tem pouco mais de 40 habitantes.No meio da multidão destaca-se um jovem, Carlos Pinto, que é conhecido no meio pelo seu jeito peculiar e original de tocar concertina. O músico faz piruetas, cambalhotas, saltos e nunca deixa de tocar concertina. A sua energia cativa os presentes que o rodeiam e batem palmas à sua actuação. Mais à frente uma escola de concertinas também ajuda a animar a festa.O Ribatejo costuma estar representado na festa e este ano não foi excepção. António Mota, 58 anos, de Azambuja, tenta não perder esta festa todos os anos. Desta vez veio com os amigos de Alverca do Ribatejo. António Mota andou nos ranchos da sua terra durante 40 anos mas só há 12 anos aprendeu a tocar concertina. Filho de Sebastião Mateus Arenque (poeta popular, escritor e mentor da cultura tradicional no concelho de Azambuja), sempre conviveu com o som de instrumentos tradicionais por isso foi com naturalidade que decidiu aprender a tocar. Fê-lo numa altura em que tinha mais disponibilidade. Gosta de participar em encontros de concertina, sobretudo no da Barrenta, porque considera ser um dos mais castiços do país e onde todos podem participar e divertir-se.Já Vítor Rosa, 27 anos, não é frequentador assíduo de encontros de concertina mas há sempre um ou outro em que gosta de participar. O da Barrenta é um deles. Gosta que os seus alunos de concertina contactem com outros tocadores e outras realidades. Professor de concertina, dá aulas particulares na Casa do Povo de Arcena (Alverca do Ribatejo). A concertina entrou na sua vida quase por imposição. Vítor Rosa tocava acordeão no Rancho Folclórico na Casa do Povo de Arcena. Houve uma altura em que a Federação de Folclore pediu para que fossem introduzidos harmónio e concertina nos ranchos e foi aí que começou a experimentar umas músicas na concertina. Entretanto teve aulas, fez formações e agora é o jovem quem dá aulas aos mais novos. Quem vem a estes encontros percebe que as concertinas não estão fora de moda. O professor confirma o facto. “A cada quatro meses formam-se turmas com cerca de 40 alunos nas escolas do Inatel”, conta enquanto se despede apressado porque no palco já o chamam para tocar com os seus alunos.

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