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Câmara da Chamusca perdoa 50 mil euros de dívidas de água

Autarquia resolveu anular facturas que considerou incobráveis num valor global de cerca de 50 mil euros
A divisão nas bancadas da Assembleia Municipal da Chamusca foi bem evidente quando da votação da proposta da câmara de anular facturas de água em atraso num valor de pouco mais de 50 mil euros por as considerar incobráveis, quando o município pouco ou nada fez junto dos devedores para tentar cobrar essas contas. A bancada do PSD/CDS votou contra em bloco, o PS optou pela abstenção com excepção de um elemento que votou contra, o eleito do Bloco de Esquerda também se absteve e apenas a CDU votou favoravelmente aprovando a medida.A situação já se arrasta há muito tempo. Logo no início deste mandato o executivo apresentou, em reunião de câmara, a proposta de anulação. Nessa altura os vereadores do PS consideraram extemporânea a apresentação da proposta e aconselharam a autarquia a fazer mais um esforço para tentar receber aquelas verbas dos munícipes porque na relação de débitos existiam muitos nomes que só não pagavam porque não sabiam que deviam. A proposta foi retirada para que os munícipes voltassem a ser avisados do débito.A relação de dívidas refere-se aos anos de 2007, 2008 e 2009. O MIRANTE teve acesso à relação e também não tem dúvidas que há muita gente que só não pagou porque não teve conhecimento da dívida. Depois da retirada da proposta, até à nova votação, nada foi feito para avisar os consumidores com pagamentos em atraso de que deviam pagar.Essa foi também a convicção de alguns elementos da assembleia municipal, que na reunião realizada em 28 de Setembro, na Parreira, protestaram com veemência. O eleito do PSD e presidente da Junta de Freguesia da Parreira, Manuel Rodrigues António, foi especialmente contundente. “Até parece que a câmara está a nadar em dinheiro. Tive acesso à relação de dívidas e vi com tristeza o nome de muita gente de bem aqui da minha freguesia, que de certeza só não pagou porque não sabia que devia. Em vez de anular essas dívidas, a câmara podia entregar a cobrança à junta pois tenho a certeza que receberíamos cem por cento dessa dívida das pessoas da Parreira”, disse. O voto contra da bancada do PS veio do eleito António Manuel Nunes, um elemento que ao longo deste processo tem sido muito crítico para com a autarquia. Já em 2006 tinha encetado uma curiosa forma de protesto. Escreveu uma carta aberta à população da sua freguesia, Ulme, e à Assembleia Municipal da Chamusca, onde anunciava a sua recusa em fazer qualquer pagamento das contas da água enquanto a câmara não resolver todos os problemas já existentes nesse sector.Agora António Manuel Nunes que, entretanto, fez o pagamento da sua dívida, mostrou a sua revolta por anular esta lista. “Esta não é a forma correcta de resolver este problema. Não tenho dúvidas que se a lista fosse publicada a câmara poderia estar em maus lençóis. Há muita gente que só não pagou porque nunca soube que devia. Há dívidas que não se compreendem, alguém andou a encher piscinas com água da rede e depois não pagou”, disse.Do executivo da câmara presente na assembleia ninguém se pronunciou.

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