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O empresário que também é pastor evangélico

O empresário que também é pastor evangélico

Paulo Figueiredo criou a marca Coruja Voadora e vende azeite, vinho e café

Apesar da crise que o país atravessa, o empresário estabelecido no Entroncamento faz um balanço positivo dos dois anos de actividade profissional no actual ramo.

Durante o dia Paulo Figueiredo vende azeite, café e vinho. Diz que trabalha para sobreviver. Ao final do dia é pastor evangélico numa igreja no Entroncamento, onde vive há cerca de um ano. Gosta da sua profissão mas confessa que é a falar de Deus aos outros que se sente realizado. Natural da Castanheira do Ribatejo (Vila Franca de Xira), Paulo Figueiredo, 42 anos, teve a sua primeira experiência profissional na cervejaria do pai, em Vialonga. Depois de concluir o 9º ano preferiu ir trabalhar e diz que ganhou muita experiência atrás do balcão.Na Castanheira foi proprietário de um café e recentemente também teve uma pastelaria no Entroncamento que, entretanto, trespassou. Quando casou foi morar com a esposa e o filho em Alcanena. Foi lá que resolveu, juntamente com o pai, começar a vender vinhos. Foi aí também que nasceu a marca Coruja Voadora. Um nome em homenagem a uma coruja que atropelou. Andava a distribuir o seu vinho quando, em Vale de Figueira (concelho de Santarém), um dos responsáveis da Adega Cooperativa de Alcanhões o convidou para ser vendedor deste vinho. O empresário aceitou e durante cinco anos também foi vendedor da Adega de Alcanhões tendo saído na altura em que a direcção da cooperativa mudou.Nessa altura, além de vinho, passou a vender também café e azeite, todos marca Coruja Voadora. Apostou nestes produtos porque considera que espelham o que é tradicional. “Mesmo em tempos de crise estes são produtos que não podem faltar nas mesas portuguesas”, afirma. Abriu a loja no Entroncamento que serve de armazém. Diz, em jeito de brincadeira, que o seu dia devia ter mais horas para fazer tudo o que quer fazer. A sua esposa trabalha consigo e tem um funcionário que faz a distribuição, embora o empresário também desempenhe essa tarefa. Tem clientes desde Santarém a Tomar.Apesar da crise que o país atravessa, Paulo Figueiredo faz um balanço positivo dos dois anos de actividade profissional. Nota diferenças ao nível das encomendas. Se há uns anos os clientes compravam várias embalagens para terem em stock agora só encomendam quando a última caixa ou garrafa está quase no fim. “As pessoas têm medo de comprar porque não sabem o dia de amanhã. Isto está muito complicado e as perspectivas não são animadoras. Trabalho e luto todos os dias para sobreviver”, afirma sempre com pensamento positivo. Em relação a projectos, Paulo Figueiredo ambiciona poder contar com parceiros comerciais que permitam expandir os seus produtos pelo território nacional, não descartando entrar no mercado da exportação. “Os nossos produtos têm qualidade a bom preço”, sustenta. Paulo Figueiredo decidiu fundar a Associação Evangélica Levitas de Cristo quando percebeu que não se revia na igreja católica e naquilo que diz serem as “suas contradições”. O empresário defende que a igreja evangélica é um porto de abrigo que tem como missão ajudar as pessoas. Concorda que em épocas de crise como esta que o país atravessa há mais pessoas a procurarem ajuda na igreja. “A necessidade e a dor levam as pessoas a desenvolver mais o lado espiritual. Há mais pessoas a procurarem-nos como quem precisa de alguém que lhe mostre que existe luz no fundo do túnel”, afirma acrescentando que a descrença tem aumentado entre as pessoas.Durante as voltas que dá aos seus clientes procura aplicar as suas palavras de pastor. Desde que exista abertura do outro lado. Se Paulo Figueiredo percebe que as pessoas estão em baixo faz questão de lhes dar uma palavra de alento. O empresário constata, no entanto, que a crise financeira que sufoca os portugueses lhes está a endurecer o coração. “Estão descrentes e não confiam em ninguém”, lamenta.
O empresário que também é pastor evangélico

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