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Jovem acusado de ter destruído quatro autocarros diz-se inocente

Arguido está a ser julgado no Tribunal de Tomar e foi acusado do crime de incêndio na forma dolosa. O caso remonta a 23 de Fevereiro de 2010.

Um jovem de 26 anos, residente na Torre, freguesia de Casais, Tomar, está a ser julgado por ser suspeito de ter causado destruição pelo fogo de quatro autocarros de passageiros que estavam estacionados no terminal rodoviário de Tomar na madrugada de 23 de Fevereiro de 2010. Os veículos ficaram totalmente destruídos e sabe-se agora que resultou num prejuízo de 112.500 euros para a Rodoviária do Tejo. O jovem está acusado do crime de incêndio na forma dolosa e começou a ser julgado esta semana. Na primeira sessão quis falar e proclamou inocência perante o colectivo de juízes presidido por José Carneiro. “Não fui eu que fiz isto mas gostava de saber quem foi. Fui chamado a prestar declarações e acabei como arguido. Como, não sei explicar”, disse. A Polícia Judiciária de Leiria acredita que se tratou de fogo posto uma vez que não encontrou indícios de problemas eléctricos que levassem a um curto-circuito. O jovem, solteiro e desempregado desde o início do ano, contou que tinha saído nessa noite com a companheira da altura e ficaram num bar da cidade até às quatro da madrugada. Decidiram depois aguardar num café perto da estacão de comboios, (que abre mais cedo), que o dia raiasse afim de encontrarem uma boleia para casa. O rapaz deixou a ex-namorada sozinha nesse café e foi verificar se outros cafés já estariam abertos para tomar o pequeno almoço. Diz que demorou apenas 15 a 20 minutos e que, no regresso, quando se encontrava na esquina da Av. D. Nuno Álvares Pereira, junto à Aral, viu um clarão na estação rodoviária, mas os juízes consideraram que, daquele local, dificilmente se conseguiria vislumbrar algo e deslocaram-se ao local para testar essa tese. O jovem diz ainda que ligou para o 112 a avisar os bombeiros e em seguida foi chamar a namorada “para ir ver o fumo”. A acusação refere que a primeira chamada para os bombeiros foi a do chefe da estação, Mário Rodrigues, pelas 05h40, que não viu chamas mas sim fumo dentro do segundo dos quatro autocarros, que estavam estacionados em espinha. O chefe da estação disse em tribunal que a primeira pessoa que viu nesse dia foi o arguido, que já conhecia por ser enteado de um ex-colega, e que a sua preocupação na altura era salvar os outros autocarros ali estacionados.Na primeira sessão do julgamento foi ainda ouvida a antiga namorada do arguido que disse que este a chamou “para vir ver o que ele tinha feito”, depoimento que foi, no entanto, desvalorizado pelos juízes, dada a natureza da relação entre ambos. Disse que terminou a relação pouco tempo depois não só porque sofria maus tratos como também porque não concordou com o que este tinha feito. Uma testemunha de defesa referiu que apesar do arguido não ter tido um crescimento fácil nunca lhe detectou comportamentos “pirómanos”. A mãe adoptiva chorou em tribunal afirmando que apesar de ter sido difícil educar o filho, uma vez que sempre foi “muito rebelde”, este “tem um coração bom e não anda por aí a incendiar coisas”.

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