A Assembleia Municipal do Cartaxo pronunciou-se de forma esmagadora mas não unânime contra a proposta da reforma administrativa territorial autárquica que prevê a extinção ou agregação das oito freguesias actuais para cinco. Todos os deputados votaram a favor da posição com excepção de Vasco Cunha, eleito do PSD, que assumiu a abstenção, por ter votado a favor da lei na Assembleia da República, onde é deputado.Com o consenso reunido em torno da ideia de não aceder a qualquer alteração que mude o quadro das oito freguesias do concelho, a atenção do debate acabou por se centrar em Vasco Cunha. O grupo do PS conseguiu que se aprovasse por maioria uma moção na qual se diz que o deputado do PSD optou pela fidelidade partidária e a Miguel Relvas em detrimento dos interesses da população do Cartaxo, leu Manuel Fabiano (PS), sugerindo que Vasco Cunha ponha o lugar de deputado municipal à disposição. Elementos do PSD, CDU e BE consideraram a moção uma afronta pessoal ao deputado social-democrata, com origem fora da assembleia (da concelhia do PS). Por seu turno, Vasco Cunha lembrou os temas da dívida, do saneamento e do reequilíbrio financeiro, da venda de património e da aprovação de “contas marteladas” por eleitos da bancada do PS, para lembrar a sua falta de coerência para defender os interesses do concelho. De resto, a votação não foi consensual dentro do PS, com Fernando Santos, presidente da mesa, e José Francisco Fernandes, a não concordarem com os termos da moção. Já Fernando Ramos, presidente da Junta de Vale da Pinta, ficou sentado fora da sala de sessões e não votou a moção.