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Eleitos de Vila Franca defendem demissão de Ana Câncio por causa de intervenção polémica

Presidente da junta disparou críticas e antecessor diz que esta tem um complexo de perseguição

Num discurso de quatro páginas a presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, Ana Câncio, disparou críticas em todas as direcções. Acusou o anterior executivo de má gestão e disse que os eleitos da assembleia foram “ludibriados”. José Fidalgo entende que a actual presidente tem um “complexo de perseguição” e vai exigir explicações.

Vários eleitos da freguesia de Vila Franca de Xira defendem que a presidente da junta, Ana Câncio, deve demitir-se depois de ter feito um discurso na assembleia de freguesia disparando críticas em todas as direcções. Câncio chegou a culpar os colegas socialistas do anterior executivo de serem culpados de alguns problemas e de os disfarçarem sob uma capa de “suposto diálogo”. A intervenção da presidente coloca em causa o entendimento com a coligação Novo Rumo, liderada pelo PSD, do qual depende porque o PS não está em maioria absoluta. Se as relações entre os eleitos e o executivo da junta já estavam estremadas agora parece que a guerra está instalada. António Matos, do Novo Rumo, diz que Câncio “tem de reflectir bem” sobre o que disse e “enfrentar as consequências”. O eleito classifica a intervenção da autarca no final da assembleia, já pela madrugada aproveitando que muito do público já tinha saído, de “mau tom” e acrescenta que há coisas que “têm de ser esclarecidas com urgência”, entende. Também a CDU, através de Carlos Romano, classificou as palavras da presidente de “chocantes” e um atentado à democracia. “Foi um torpedo que caiu na assembleia a horas tardias. O comportamento que a senhora tem tido na assembleia é de completa afronta e retaliação para com a oposição. Prestaria um bom serviço à democracia se ela se retirasse imediatamente”, vinca.Ana Câncio acusou o anterior executivo de “disfarçar” os problemas com uma “capa de suposto diálogo” e de este favorecer algumas associações da freguesia em detrimento de outras. Além de acusar o anterior executivo - liderado por José Fidalgo (PS) - de ser “autista” e viver num “mundo florido”, Câncio disse ainda que os eleitos da freguesia “não se importavam de ser conscientemente ludibriados”. José Fidalgo, que renunciou ao cargo de presidente da junta há um ano, sendo substituído por Ana Câncio, considera a postura da autarca de “infeliz” e que pelo que disse revelou um “complexo de perseguição”. Fidalgo diz que não vai ficar sentado “impávido e sereno” perante as acusações de que é alvo e vai exigir explicações urgentes à autarca. “As acusações que faz têm de ser provadas. Fiquei muito surpreendido”, conta a O MIRANTE. Contactada pelo nosso jornal a comissão política concelhia do PS não quis tecer comentários. CDU solicitou inspecção das Finanças às contas da JuntaA CDU informou na última semana que solicitou à Inspecção-Geral de Finanças uma inspecção às contas da junta de freguesia, no seguimento da carta polémica lida pela presidente do executivo, Ana Câncio, na última assembleia de freguesia. Os comunistas dizem também que estão disponíveis para votar favoravelmente uma moção de censura que afaste a actual presidente.Frases da polémica• “Estes 12 meses não foram fáceis! (…) Ainda mal tínhamos tomado posse e já estávamos a sofrer ataques de vários quadrantes”;• “A gestão de uma freguesia com a dimensão que Vila Franca de Xira tem hoje não pode ser feita de ânimo leve, nem assente em princípios de mera imagem ou propaganda”;• “A maioria das forças políticas desta assembleia preferia viver no tempo em que os problemas eram disfarçados com uma capa de suposto diálogo, que transmitia uma imagem de cooperação institucional ao mesmo tempo que vos ofuscava a realidade”;• “Temos encontrado um sem número de calhaus, debaixo dos quais se juntam outros tantos lacraus”;• “Passámos a acolher e a tratar as solicitações de todo o movimento associativo da mesma maneira, não beneficiando ou prejudicando ninguém”;• “A casa está arrumada, falta limpá-la e aprimorá-la, sem lavar o chão com panos sujos”.

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