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Ganhão abriu precedente e agora tem em mãos mais pedidos para fechar caminhos públicos

Portões em estradas de Benavente são justificados como forma de evitar roubos nas propriedades
A Câmara de Benavente abriu um precedente e já há mais pedidos para fechar caminhos públicos com portões com a justificação de que tal visa prevenir roubos nas propriedades. A autarquia está a analisar a instalação de dois portões num caminho público, conhecido por Estrada da Formiga, que liga Santo Estêvão à Estrada Nacional 10, para evitar mais roubos na Sociedade Agrícola da Herdade da Formiga. O presidente da câmara, António José Ganhão (CDU), diz que não quer colocar em causa os direitos da população mas também compreende o lado dos proprietários que são vítimas de sucessivos assaltos. O caminho era antigamente muito usado pela população de Santo Estêvão que procurava um atalho para chegar mais depressa à Companhia das Lezírias ou à zona industrial do Porto Alto. A proprietária chamou a atenção para os roubos sucessivos de que tem sido vítima nos últimos tempos e pediu à câmara autorização para a instalação de um portão junto à EN10 e outro junto da Várzea. “Os caminhos têm de salvaguardar os direitos de todos, mas também não posso ficar indiferente aos serviços e actividades agrícolas que estes proprietários vão encerrando porque estão sempre a ser roubados”, explicou o autarca. Ganhão propõe o encerramento deste portão às 21h00 e a sua abertura às 6h30. Uma medida que apenas durará enquanto existir esta vaga de roubos. O vice-presidente Carlos Coutinho aproveitou para alertar o presidente do mal-estar de muitos moradores de Santo Estêvão que já se mostraram contra esta intenção. Face ao alerta, o presidente da câmara decidiu retirar o ponto da ordem de trabalhos e pedir um parecer à junta de Santo Estêvão. O MIRANTE contactou o presidente da junta, Ricardo Oliveira (PSD), que se mostrou indignado por o autarca “estar a passar para a junta uma responsabilidade que é da câmara”. “É o executivo que tem de assumir publicamente esta decisão que não é da nossa competência. Se já tomou a mesma decisão para outros casos semelhantes, não se percebe a indecisão”, repara Ricardo Oliveira, reconhecendo que é um “assunto delicado”. “Quer lá passe uma pessoa ou 100 não deixa de ser um caminho público que pertence a todos. Por outro lado também compreendo o isolamento em que se encontram estes moradores e o medo que devem sentir”, conclui. Recorde-se que em Agosto a autarquia autorizou a instalação de um portão numa estrada pública do Monte da Saúde, em Benavente, permitindo que seja encerrada durante a noite.

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