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Positivista Serafim das Neves

Estou profundamente desiludido com Miguel Relvas. O nosso ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e presidente da Assembleia Municipal de Tomar, que eu julgava ser um superdotado por ter conseguido concluir em apenas um ano, uma licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais, é afinal uma lesma estudantil comparado com verdadeiros crânios que frequentaram a Lusófona. Um deles fez a licenciatura em 24 horas. Três outros obtiveram o canudo em vinte dias. Mas há mais. Quando toda a gente pensava que Miguel Relvas era o campeão dos telemóveis vai-se a ver e afinal o campeão é o vereador socialista Luís Ferreira que conseguiu, em 2010, derreter 9.349 euros à Câmara de Tomar em chamadas e mensagens, cilindrando o recorde pessoal de Relvas que se quedou por uns míseros 3.391 euros. Depois de tantas histórias de gastos e créditos é o descrédito total. Um balde de água fria para os adeptos do relvismo. Se houver justiça Miguel Relvas perde direito às anedotas que lhe foram atribuídas e, cá por mim, acho que se lhe retirarem a licenciatura é muito bem feito. O Dr. pode continuar a usar mas um Dr. igual ao de todos os outros cidadãos sem estudos mas com dinheiro para bons fatos e bons carros. É bem certo que qualquer universidade angolana ou brasileira lhe dará, com toda a honra, um ou dois doutoramentos honoris causa com direito a capa, chapeuzinho com borla e tudo. E se ele quiser, chegará a reitor de qualquer universidade de Timor-Leste ou da Guiné Bissau, com um simples piscar de olhos, dados os créditos no domínio do português falado de acordo com o novo acordo ortográfico. Mas não é a mesma coisa, Serafim. Não é a mesma coisa. Relvas perdeu o encanto. Perdeu a piada. Se calhar até perdeu os óculos e a gente nem sabe. Pelo menos eu nunca mais o vi de óculos na ponta do nariz durante os debates na Assembleia da República. Quem também perdeu muita coisa foi o empresário Jorge Ferreira Dias, que é conhecido em Abrantes por levar burros para a porta da câmara como forma de protesto contra as injustiças que diz ter sofrido por parte da autarquia. Na segunda-feira, dia 22 de Outubro, decidiu dispensar os burros e depois de escapar ao segurança entrou numa sala onde decorria uma reunião privada e fez um estardalhaço comparável ao de uma manada de burros aos coices. Uma burricada completa que terminou com o senhor a arrancar parte da sua longa barba. É verdade que em tempos se penhoravam as barbas mas o senhor deveria saber que agora só se penhora ouro e outros valores. Cá para mim é altura de ele se deixar de burros e pôr os olhinhos no também empresário Alexandre Alves que anda há quatro anos a prometer à câmara três fábricas de painéis solares e dois mil postos de trabalho sem nunca apresentar nada e que consegue sempre livrar-se do pagamento de mais de um milhão de euros relativos aos terrenos para aquilo tudo. E já agora que corte as barbas de uma vez por todas, trate do cabelo e compre um fato. Ou pelo menos um chapéu à cobói, como o do empresário dos painéis solares. Caramba! Lembre-se que quem preside à Câmara de Abrantes é uma senhora.Contas-me no teu último e-mail que as celebrações do centenário da chegada da Guarda Nacional Republicana ao Ribatejo incluíram uma missa no Santuário de Fátima a 13 de Outubro e que cinco dias depois uns energúmenos agrediram o comandante do posto de Marinhais dentro de um bar lá da terra, tendo ficado a aguardar julgamentos em liberdade. Para alguns ímpios, entre os quais te incluis, isso poderá significar que as preces da GNR não foram ouvidas. Para os verdadeiros crentes é um sinal divino. Agora só falta ficarmos à espera do 13 de Maio para vermos os agressores palmilharem o caminho que vai de Marinhais a Fátima para se rojarem arrependidos aos pés da Santa.Saudações divinais Manuel Serra d’Aire

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