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Novos talentos revelados na Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira

Novos talentos revelados na Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira

Bruno Mendes captou com a objectiva fábricas do concelho seguindo a estética alemã
Há dois anos Bruno Mendes fotografou a lezíria de Vila Franca de Xira espreitando para dentro de uma máquina dos primórdios da fotografia com um buraco do tamanho de um alfinete por onde mal conseguia ver a paisagem. O trabalho valeu-lhe o prémio do concelho na Bienal de Fotografia de 2010 e 1750 euros. Com esse dinheiro comprou uma nova máquina digital que utilizou já este ano para fotografar algumas das unidades industriais do concelho segundo a estética alemã. Não ganhou prémio este ano até porque se entusiasmou com a arquitectura industrial e foi de Alhandra ao Carregado, já fora do concelho, mas a experiência serviu para deixar-se novamente cativar com as paisagens de Vila Franca de Xira que o inspiram.Bruno Mendes, 35 anos, residente em Lisboa, terapeuta ocupacional no Hospital Curry Cabral, é apenas um dos muitos talentos que continuam a ser revelados na Bienal de Fotografia que este ano contou com a participação de 89 candidatos de todo o país e perto de 500 obras. Apenas 55 candidatos foram seleccionados para mostrar os trabalhos na bienal que reúne um conjunto de 350 obras. No conjunto de fotos que apresentou é possível ver-se a central termoeléctrica do Carregado, a antiga fábrica do arroz, a Cimpor e a fábrica de óleo de soja.Na fotografia de Bruno Mendes não é visível o elemento humano, tal como na estética alemã que dá primazia à arquitectura. “No fundo elevam a estrutura industrial ao belo”. Bruno Mendes encontrou muitas unidades desactivadas e em elevado estado de degradação mas não quis explorar esse lado. “Faz parte da corrente alguma dignidade à estrutura”, explica dizendo que ao longo do trabalho teve a noção da importância que já teve no concelho de Vila Franca a indústria.A 12.ª edição da Bienal de Fotografia, organizada pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, em colaboração com a Associação dos Artistas Plásticos do Concelho de Vila Franca de Xira e o GART - Grupo de Artistas e Amigos da Arte, foi inaugurada sábado, 17 de Novembro, no Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira. O prémio da Bienal de Fotografia foi atribuído em ex-aequo a Hugo Costa e Inês Pinheiro. Miguel Carriço ganhou na categoria “Concelho de Vila Franca de Xira” e Pedro Batalha na “Tauromaquia”. Os prémios envolveram no total um valor de 7500 euros.A exposição integra também conjuntos de trabalhos de jovens estudantes já que o evento pretende ser uma oficina de fotografia. A iniciativa, que tem registado um crescendo de qualidade, segundo a presidente de câmara, Maria da Luz Rosinha, incluiu exposições de artistas de renome nacional e internacional em vários pontos do país e do concelho e espaços de formação e reflexão. Destaque para André Cepeda, Nicolai Nekh, Cristine Ostver, Rosa Nunes ou André Boto.Até 20 de Janeiro, convida Maria da Luz Rosinha, é tempo de celebração de uma técnica inventada há mais de 160 anos que ainda não deixou de fascinar a humanidade. “A fotografia é sem sombra de dúvida uma das expressões que mais atrai as pessoas porque mais facilmente comunica com elas. Essa é também a explicação para tantos visitantes que as edições da bienal de fotografia ao longo dos anos têm congregado”, concluiu Maria da Luz Rosinha.
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