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Empresários da restauração em semana de luto contra IVA a 23%

Empresários da restauração em semana de luto contra IVA a 23%

Uma t-shirt negra com uma cruz branca e a mensagem a informar que o IVA a 23 por cento (%) na restauração está a causar o encerramento de milhares de empresas e a destruir dezenas de milhares de postos de trabalho é uma das acções mais visíveis que os empresários da restauração de região estão dispostos a encetar entre 19 e 27 de Novembro. Durante esse período tem lugar a Semana Nacional de Protesto da responsabilidade do MER - Movimento Empresarial da Restauração (www.movimento-restaurantes.com), à qual os restaurantes da região querem aderir com o maior número de casas.Treze empresários da restauração, dez do Cartaxo e três de Santarém, reuniram-se dia 14 no Cartaxo para divulgar a semana de protesto, saber no que vão participar e fazer circular a informação entre os empresários da região. Uma coisa ficou desde logo assente: o Dia Nacional sem Restaurantes, marcado para 19 de Novembro, segunda-feira, que previa o encerramento desses estabelecimentos era impraticável tendo em conta a receita necessária em tempo de crise. Restam como outras iniciativas a colocação de faixas negras em cada casa e a informação junto dos clientes com folhetos explicativos sobre o estado do sector.Alguns dos presentes na reunião defenderam que uma semana sem multibanco a funcionar causaria muito mais impacto no protesto mas a ideia não passou disso, enquanto outro empresário mostrou-se mais preocupado com a previsível diminuição do poder de compra dos portugueses em 2013 do que com o aumento do IVA. “Vamos ter muito menos clientes nos restaurantes”, antevia.Maria de Lurdes Ferreira, do pronto a comer Manjar da Vila, em Vila Chã de Ourique, reconhece que desde que o IVA aumentou para 23% que a restauração está um caos, com os clientes a comprarem cada vez menos. “As pessoas vão na mesma mas levam cada vez menos quantidade, principalmente os extras, como as sobremesas e as bebidas”, exemplifica.Do restaurante Taberna do Alfaiate, da Lapa, Cartaxo, João Espírito Santo diz que a situação é complicada por estar a facturar cerca de metade do que era costume e a pagar o dobro do IVA. “Agora entrámos mesmo no vermelho”, refere o empresário, lembrando que se não houver redução do IVA, 60% das empresas de restauração encerram e os empresários não têm direito a subsídio de desemprego. Sérgio Pinto da Costa, do restaurante A Cernelha, onde teve lugar a reunião, defende que a associação de empresários da restauração deve crescer para ganhar força. “Neste momento está em discussão na Assembleia da República uma proposta de redução para 13% mas os empresários da restauração defendem a baixa do IVA para 6% e conseguirmos pagar tudo o que há a pagar sem fugas ao fisco, sendo fiscais de nós mesmos”, observa Sérgio Pinto da Costa.Governo vai criar grupo de trabalho para reavaliar regime fiscal O Governo vai criar um grupo de trabalho interministerial para reavaliar o regime fiscal dos restaurantes, segundo uma proposta apresentada sexta-feira pelo PSD e o CDS/PP no âmbito das alterações ao Orçamento do Estado para 2013. A proposta é assinada pelos líderes parlamentares dos partidos da maioria e nunca é feita qualquer referência ao facto de ter sido o actual Governo a ter subido o IVA na restauração de 13% para 23% em 2012.Esta subida do IVA, em vigor desde 1 de Janeiro, tem motivado fortes protestos dos representantes do sector, designadamente da AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.
Empresários da restauração em semana de luto contra IVA a 23%

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