O vice-presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, 63 anos, é o candidato oficial do PS à presidência do município nas próximas eleições autárquicas. Mesquita foi o único candidato a perfilar-se para o cargo, como confirmou a actual presidente, Maria da Luz Rosinha, que lidera o município há 15 anos e apoia incondicionalmente a candidatura do número dois do executivo.A larga experiência de Alberto Mesquita pesou na decisão, bem como a dedicação à causa pública. “Ser autarca é um grande desafio e exige grandes sacrifícios. Alberto Mesquita saberá estar à altura”, referiu Maria da Luz a O MIRANTE assumindo-se como mandatária da candidatura. O vereador Fernando Paulo, presidente da comissão política concelhia, considerado por alguns o sucessor de Maria da Luz Rosinha acabou por não ser indigitado, bem como António José Inácio, presidente da Junta de Freguesia do Forte da Casa, que chegou a considerar-se o candidato natural do PS.Em entrevista a O MIRANTE, em Dezembro de 2011, Alberto Mesquita respondeu sempre de forma evasiva à possibilidade de ser o candidato à presidência. “Entendo que já fiz o percurso que devia ter feito. A menos que haja alguma alteração”, declarou na altura. Maria da Luz Rosinha está confiante de que o eleitorado reconhecerá a obra feita no concelho e por isso mostra-se convicta de que o PS conseguirá bons resultados nas próximas eleições autárquicas. Rosinha vai terminar o mandato e não pode recandidatar-se por ter atingido o limite de mandatos, mas se hoje deixasse a câmara passaria o testemunho de uma câmara das mais cumpridoras que paga a tempo e horas aos fornecedores e em alguns casos adianta dinheiro para concretizar obra que é da responsabilidade da administração central.Alberto Mesquita nasceu no Lobito, em Angola, a 26 de Agosto de 1949, e passou a infância junto ao mar num cenário idílico. Andava descalço e de calções e bebia água de coco da fruta que se soltava das árvores. Para o menino habituado à imensidão de África chegar a Lisboa aos 11 anos e ir viver para um apartamento foi um choque. “Meteram-me num quinto andar. Atirava as bolas cá para baixo para me obrigar a ir à rua. Viver num andar era como viver numa jaula”, recordou na mesma entrevista. Esteve em Moçambique na Guerra Colonial e foi depois que se instalou em Alverca após conseguir emprego como desenhador projectista na extinta Mague. Foi jogador de Rubgy do Sport Lisboa e Benfica. Entrou nos meandros da política em 1985. Antes já tinha experimentado a actividade sindical. Mário Soares é a sua maior referência.