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Equipamentos desportivos construídos sem planeamento correm risco de encerrar

Equipamentos desportivos construídos sem planeamento correm risco de encerrar

José Manuel Constantino apresentou livro sobre “Desporto e Municípios” no Centro de Estágios de Rio Maior e disse que houve um grande investimento em equipamentos desportivos que não foi suficientemente avaliado. Custos de manutenção são incomportáveis para muitas autarquias, referiu.

Alguns equipamentos desportivos foram construídos por autarquias sem planeamento e sobredimensionados criando encargos financeiros para os municípios que podem ser obrigados a encerrá-los devido à crise financeira que o país atravessa. A opinião é de José Manuel Constantino, coordenador do livro “Desporto e Municípios - políticas, práticas e programas” apresentado na sexta-feira, 30 de Novembro, no auditório do Centro de Estágios e Formação Desportiva de Rio Maior.O ex-presidente do Instituto do Desporto de Portugal afirma que não havia melhor local para apresentar a obra do que o complexo desportivo de Rio Maior. José Manuel Constantino elogiou a autarquia que deu um “grande contributo” para implementar o desenvolvimento desportivo na cidade. “Rio Maior é um excelente exemplo porque decidiu criar uma nova centralidade da cidade na oferta desportiva e criou condições para a prática desportiva local, nacional e internacional. Não há excesso de equipamentos desportivos porque são todos utilizados e rentabilizados. Os outros municípios deveriam colocar os olhos na gestão feita pela Câmara de Rio Maior”, concluiu. Natural de Santarém, José Manuel Constantino, 62 anos, afirma que vai acontecer com grande parte dos equipamentos desportivos do país o que está a acontecer com os vários estádios construídos propositadamente para o Europeu de futebol em 2004. “Estão a tentar encontrar-se meios financeiros para os manter abertos mas é muito difícil, porque não existe ninguém a querer investir neste momento”, explica.José Manuel Constantino diz que houve um grande investimento em equipamentos desportivos que não foi suficientemente avaliado e defende que a gestão dos equipamentos deve ser prioritária uma vez que é importante que a prática desportiva não seja prejudicada. Com o provável encerramento de algumas empresas municipais ligadas ao desporto a solução passa por serem as próprias autarquias a assumirem directamente a responsabilidade. No entanto, o presidente do conselho de administração da empresa municipal OeirasViva, sabe que os encargos financeiros das autarquias dificultam a gestão dos equipamentos desportivos. “Vai ser muito difícil manter todos os equipamentos desportivos a funcionar, mas espero que se consiga para que as populações não sejam prejudicadas e impedidas de acederem à prática desportiva”, esclareceu.O livro tem 298 páginas e está dividido por 18 capítulos. José Manuel Constantino e Jorge Olímpio Bento são os coordenadores da obra que conta com a participação de seis autores brasileiros, 14 portugueses e cinco espanhóis. A obra pretende dar um contributo para perceber a importância das autarquias no acesso das populações à prática desportiva. “Se os municípios suspendessem, durante um fim-de-semana, todos os apoios concedidos à vida desportiva, uma grande parte da vida do movimento desportivo também ficaria suspenso porque está muito dependente das autarquias”, sublinhou.
Equipamentos desportivos construídos sem planeamento correm risco de encerrar

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