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Oito meses de suspensão para cinco jogadores do União de Tomar

Dirigentes e jogadores não calam a sua revolta por aquilo que consideram uma tremenda injustiça

O Conselho de Disciplina (CD) da Associação de Futebol de Santarém suspendeu cinco jogadores tomarenses com oito meses cada, interditou o campo municipal durante quatro jogos, obrigando, ainda, à colocação de vedação em frente à bancada, para além de uma multa de trezentos euros.

Foi difícil convencer os jogadores do União de Tomar a comparecerem ao jogo da XXX jornada do Campeonato Principal da Associação de Futebol de Santarém, disputado dia 22 de Dezembro, no Estádio Municipal de Tomar, frente ao União Abrantina. Os atletas não queriam jogar numa manifestação de solidariedade para com os cinco companheiros que, na sua opinião, foram injustamente castigados pelo CD.“Tivemos muita dificuldade em convencer os jogadores a virem jogar. Estamos todos muito revoltados com a injustiça de que fomos vítimas”, garantiu o presidente do clube tomarense, Abel Bento. Os jogadores acabaram por aceder, mas alinharam para a fotografia com uma tarja preta com a palavra “Respeito” escrita.O jogo decorreu sem problemas e a equipa tomarense venceu 2-1 a União Abrantina, mas o sentimento de revolta pela decisão do CD continua bem patente. “Aceitamos que o clube seja punido, registaram-se efectivamente conflitos que não deviam ter acontecido. Mas não aceitamos de forma nenhuma o violento castigo de oito meses aos jogadores, porque nada daquilo que é descrito no acórdão do CD corresponde à verdade dos factos”, garante o presidente.Consta do relatório do árbitro e da polícia, a que O MIRANTE teve acesso, que se registaram no final do jogo União de Tomar - Benavente, no dia 23 de Setembro, confrontos e agressões entre jogadores e dirigentes dos dois clubes. Houve ainda uma tentativa de invasão do terreno de jogo por parte de alguns espectadores presentes, confrontos que foram sanados pela força policial. Mais tarde um jogador do Benavente ter-se-á enganado no caminho para o autocarro e saiu em direcção à bancada, e aí foi agredido “selvaticamente” como diz o relatório da polícia, que, mais à frente, acrescenta não não ter assistido à agressão.Nem o relatório da Polícia, que na opinião do presidente do União de Tomar contém muita matéria que não se passou, nem no relatório do árbitro é identificado qualquer pessoa ou jogador que tivesse interferido nas agressões. “Não sabemos como é que o CD chegou à conclusão de que foram os jogadores Bruno Pinto, Nuno Veríssimo, Fred, Fábio Marques e David, castigados com oito meses de suspensão, que agrediram o jogador do Benavente”, diz manifestamente indignado Abel Bento, que acrescenta que o jogador David, não se encontrava no campo e Fábio Marques estava a tomar banho.Pelo que se pode ler no acórdão do CD, os conselheiros apenas tomaram em conta o depoimento do jogador do Benavente, (que foi selvaticamente agredido, mas nem precisou de assistência médica), para identificar os jogadores tomarenses que o agrediram. “Falou naqueles cinco nomes porque são os mais conhecidos, se se tivesse lembrado do nome de dez ou onze todos seriam castigados”, diz Abel Bento.A indignação dos tomarenses é grande e o presidente garante que o clube vai recorrer para o Conselho de Justiça. “Não compreendemos estes castigos e muito menos ainda o facto de apenas o União de Tomar ser o alvo, quando nos relatórios do árbitro e da polícia se dizer que houve insultos e agressões mútuas entre jogadores e dirigentes das duas equipas. Vamos levar o caso até às últimas consequências, iremos até à justiça civil se isso for necessário. Queremos que seja feita justiça”, garantiu Abel Bento.

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