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Bandeiras de Moita Flores em Santarém caem por terra

Novo presidente do município considera que protocolo com Jockey Club de São Paulo para criação de pólo equino e construção de novo cemitério da cidade não são exequíveis no actual contexto económico e financeiro.

É mais uma das bandeiras de Moita Flores que cai por terra. O badalado protocolo entre o município de Santarém e o Jockey Clube de São Paulo, que previa a criação em Santarém de um pólo equino em Portugal, não tem pernas para andar, como foi assumido claramente pelo sucessor de Moita Flores à frente da câmara escalabitana. Ricardo Gonçalves (PSD) disse na última assembleia municipal que esse é um projecto que neste momento é praticamente impossível de implementar.Pelo meio ficaram algumas deslocações ao Brasil de comitivas do município de Santarém que a oposição quer saber quanto custaram aos cofres da autarquia. O jovem eleito socialista na Assembleia Municipal de Santarém, Tiago Preguiça, definiu esse e outros projectos como “megalomanias” e “promessas para encher jornais”. E lamentou que o actual presidente da câmara não saiba os valores gastos nas viagens e nesses projectos que agora foram colocados na gaveta. Ricardo Gonçalves tinha respondido, quando questionado, que iria aferir essas questões para dar posterior respostaRecorde-se que, em Setembro de 2011, Moita Flores, acompanhado de alguns dos seus vereadores, esteve alguns dias no Brasil para assinar com o Jockey Club de São Paulo um protocolo de intenções para a construção de um pólo equino em Portugal. Cerca de dois meses antes, outra comitiva escalabitana, igualmente liderada por Moita Flores, tinha estado em terras brasileiras no âmbito do mesmo processo que visava criar “uma plataforma de desenvolvimento agro-pecuário e de exportação de equídeos para o mercado europeu”.Com 136 anos de experiência, o Jockey Club de São Paulo ofereceria conhecimento técnico ao município de Santarém para a construção do seu ‘cluster’ de criação e exportação de cavalos. Para Moita Flores, esse conhecimento era essencial para a conquista de novos mercados na Europa para o cavalo português, pois aumentaria tanto a qualidade como a competitividade do produto. O valor do projecto estava estimado entre 220 e 250 milhões de euros, provenientes de financiamentos comunitários e privados. O pólo equino deveria sair do papel em 2013, ano em que termina o actual mandato, mas pelos vistos é mais um projecto que fica na gaveta.Novo cemitério de Santarém também na gavetaTambém em relação ao novo cemitério da cidade, cujo projecto Moita Flores idealizou e apresentou em reunião do executivo em Outubro de 2011 e que incluiria um crematório e uma casa mortuária, a ordem é para repensar. Ricardo Gonçalves entende que a actual necrópole ainda tem margem para ser racionalizada e potenciada por forma a dar-lhe mais alguns anos de utilização.O futuro cemitério da cidade estava previsto para a zona do Jardim de Cima e há um ano Moita Flores esperava lançar o concurso em breve. A intenção era entregar o crematório a uma empresa da área, que, além da construção e da gestão dessa parte, faria toda a estrutura do cemitério, ficando a autarquia responsável pela gestão dos enterramentos.Moita Flores dizia em Outubro de 2011 que o novo cemitério, que esperava ter concluído no Verão de 2012, conciliaria os tradicionais enterramentos individuais e a existência de jazigos familiares com a possibilidade de cremação. Além de zona de estacionamento, o espaço teria uma igreja principal, com capacidade para acolher 300 pessoas, sala de preparação dos cadáveres, duas câmaras ardentes, com antecâmara, uma zona de cafetaria, bar e de repouso, a zona de cremação e uma zona comercial, para venda de artigos relacionados, como flores, mármores, depósitos de cinzas.

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