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Os políticos têm que mudar de atitude para convencerem a população

João Simões foi um dos cerca de duas centenas de alunos que encheram o Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, durante a conferência de Henrique Granadeiro que marcou o 25º aniversário de O MIRANTE, e não perdeu a oportunidade para colocar questões.

Qual a importância e a influência da União Europeia (UE) na actual situação financeira que Portugal atravessa? Foi com esta pergunta que João Simões se destacou da restante plateia de alunos que preencheram boa parte das cadeiras do Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, e ajudou a enriquecer a conferência “Portugal - diálogos sobre o Futuro”, levando o orador, o presidente do conselho de administração da PT, Henrique Granadeiro, a desenvolver assuntos importantes da actualidade. A pergunta surgiu depois da intervenção inicial de Henrique Granadeiro que falou para uma plateia de alunos, empresários, advogados, políticos e professores e que ficou a marcar uma das iniciativas integradas no 25º aniversário de O MIRANTE.João Simões tem 23 anos e é aluno do terceiro ano do curso de Gestão de Empresas da Escola Superior de Gestão de Santarém. O estudante, natural de Santarém, confessa que não foi fácil ganhar coragem para enfrentar a plateia que encheu o auditório. “Como percebi que os meus colegas não iam fazer perguntas achei que ficava mal à Escola de Gestão não o fazer e resolvi arriscar. Lembrei-me daquele tema e, como estava com dúvidas, levantei a questão”, conta a O MIRANTE.João Simões confessa que a conferência foi muito interessante e que ajudou a clarificar as suas ideias. O jovem afirma que, apesar de ver telejornais todos os dias, foi depois de ouvir Henrique Granadeiro que ficou com outra noção do porquê de algumas situações que estão a acontecer no nosso país. “Não tinha noção da enorme influência que a Europa tem no nosso país, e uma influência negativa, quando devia estar a exercer uma influência oposta. Henrique Granadeiro explicou-nos assuntos que nenhum político alguma vez fez e eles é que têm obrigação de nos dar satisfações”, realçou.O aluno recorda as palavras do presidente do conselho de administração da PT e refere o Tratado de Londres, em 1953, onde foi perdoada boa parte da dívida à Alemanha no pós-segunda guerra mundial, para realçar que todos os membros da UE devem ser tratados de forma igual e ter as mesmas oportunidades. “Está a haver muitas desigualdades entre os países da UE quando aqueles que estão numa situação financeira mais confortável deveriam ajudar os outros. A Alemanha também foi ajudada quando precisou e chegaram a perdoar-lhe a dívida. Os alemães agora não têm a mesma reacção com os países que estão com graves problemas financeiros”, opinou.Emigração é uma hipóteseA frequentar o último ano da licenciatura, João Simões quer entrar no mercado de trabalho depois de concluir o estágio, que pretende realizar no próximo Verão. Sabe que os tempos não estão fáceis para arranjar emprego e, apesar de preferir ficar em Santarém, vai para onde surgir uma oportunidade. Gostava de começar a trabalhar numa empresa privada. Defende que os tempos não estão fáceis para se criarem novas empresas. Não descarta a hipótese de emigrar. Já se anda a mentalizar para essa possibilidade.O único cargo de responsabilidade que teve foi o de presidente da tuna da sua faculdade, onde ainda toca. Nunca pensou filiar-se em nenhum partido e considera que os jovens estão cada vez mais afastados dos políticos e que a culpa é deles que não se preocupam verdadeiramente com a população. “Ou os políticos mudam e se aproximam da população, nomeadamente dos mais novos, que são o futuro do país, ou então a relação vai sendo cada vez mais distante”, conclui.

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