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Moçarriense aposta na formação de jovens jogadores

Mais de uma centena de atletas treinam semanalmente nas remodeladas instalações do clube

A colocação do piso sintético no Campo de Futebol da Moçarria foi decisivo para que o Centro Cultura, Recreio e Desporto Moçarriense (CCRDM) passasse a desenvolver uma grande actividade junto das camadas jovens da população da freguesia e de algumas aldeias em redor.

O Centro de Cultura, Recreio e Desporto Moçarriense é o clube da pequena aldeia da Moçarria e vive um pouco à sombra da cidade de Santarém, sede do concelho e capital do distrito. Os seus dirigentes trabalham com vontade para desenvolverem o desporto entre os jovens da freguesia. “Não temos uma tarefa fácil, as verbas que temos para gerir são poucas. Só o apoio dos pais dos jovens jogadores e de alguns amigos da terra, fazem com que tenhamos hipóteses de levar o barco por diante”, garantiu o presidente do clube Carlos Pereira, que está à frente dos destinos do Moçarriense há quatro anos.Já antes do piso do campo de futebol ser sintético o clube desenvolvia a sua actividade junto dos jovens da terra. “Era mais difícil captar os jovens para o futebol, tínhamos gente com grande capacidade para fazer um bom trabalho, mas o terreno pelado afastava muito a juventude”, disse Carlos Pereira.Ao mesmo tempo que vão “puxando o carro” os dirigentes do CCRDM vão melhorando as condições do espaço desportivo. “É um trabalho que se vai fazendo com a ajuda de todos, melhorámos os balneários, vamos fazendo a vedação do campo, temos já oferecidas mais algumas paletes de blocos de cimento para dar mais um avanço à vedação. São materiais oferecidos por uns amigos”, avançou o presidente que está a chegar ao final do mandato e quer dar o seu lugar a outra pessoa com novas ideias.O clube movimenta mais de uma centena de atletas. “Temos todas as categorias, menos os sub 11 e juniores. Começamos com as pré-escolas e tem sido a partir daí que temos desenvolvido as equipas de infantis, iniciados e juvenis e nos seniores também temos vários jogadores da nossa formação. Creio que na próxima época já poderemos vir a ter também equipa de juniores”, disse Carlos Pereira.O clube só sobrevive com tantas equipas a praticar desporto porque conta com o valioso apoio dos pais. “Sem o apoio dos pais não era possível manter toda esta actividade. São eles que trazem os seus filhos para os treinos e, nos dias de jogos fora, são eles que fazem o transporte. Nós até tivemos a infelicidade do motor da nossa carrinha ter avariado já há algum tempo e até agora não conseguimos voltar a colocá-la a funcionar”, disse.As verbas para fazer funcionar o clube vêm da quotização dos sócios, da exploração do bar e do patrocínio de alguns amigos. “Patrocínios que cada vez são menos, a crise também chegou aos nossos patrocinadores”, referiu o presidente.A colocação do sintético foi obra da Câmara Municipal de Santarém, o clube não despendeu qualquer verba, “nem tínhamos qualquer hipótese de o fazer. Tivemos sorte na altura em que foi colocado, foi inaugurado um mês antes da vinda da troika. Não há dúvida de que foi na hora certa e veio ajudar muito o nosso trabalho com os jovens”, garantiu Carlos Pereira.“Às vezes custa-me a perceber como é que conseguimos fazer tanto com tão pouco. As direcções passam sempre pelas mesmas pessoas, muitas vezes a mudança é só de lugar. Temos a sorte de viver numa aldeia em que as pessoas gostam de desporto e quando são chamados não fogem com a sua ajuda”.A equipa de seniores subiu a época passada à divisão principal do futebol distrital, as despesas aumentaram um pouco. “Estamos na luta pela manutenção, mas mesmo assim a minha opinião é de que somos um clube da segunda divisão. Não temos estruturas para andarmos neste escalão, as dificuldades para treinar são grandes, não temos luz em condições e é sempre muito difícil juntar todos os jogadores para treinar”. Por isso se no final da época a equipa voltar à segunda divisão não chega para entristecer os dirigentes e os adeptos.Carlos Pereira considera a recente alteração à lei do policiamento aos jogos de muito benéfico para os clubes. “Nas bilheteiras nunca conseguimos fazer verbas que cheguem para pagar o policiamento, por isso considero que a lei é benéfica. Mas temos tido o cuidado de actuar junto dos nossos adeptos para conterem as suas emoções, porque se surgir qualquer problema durante os jogos, é o clube que terá de pagar”.

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