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Perentório Manuel Serra d’Aire

Uma nota prévia para dizer que hoje escrevo submetido ao novo acordo ortográfico, para manifestar o meu repúdio pelo facto de os brasileiros terem decidido adiar a nova ortografia, que eles nos impuseram e a que nós aquiescemos com a costumeira sabujice. Como sou um gajo do contra, se os brasileiros não querem o acordo para já, então eu vou adotá-lo por enquanto. É um mero exercício de casmurrice que pretende deixar claro que quem manda no meu teclado sou eu e que me estou positivamente marimbando para o que os brasileiros querem ou não querem. Claro que no próximo email volto ao nosso português sem acordo, porque também me estou nas tintas para o que os nossos governantes querem. É uma questão de coerência e de gosto em tratar todos por igual.Posto isto, venho aqui lançar mais um lancinante apelo em defesa dos direitos dos animais e, muito em particular, dos cães domésticos. Soube há dias que uma senhora foi increpada severamente nuns serviços públicos em Santarém só porque levou consigo o seu “lulu”. É verdade que era proibida a entrada a cães e outros animais de quatro patas, mas, caramba, os cães hoje são uma extensão do ser humano, uma espécie de acessório que se leva para todo o lado. E tal como ninguém deixa a mochila, a bengala, a dentadura postiça ou os óculos à porta de uma repartição, também não se deve deixar um cãozinho, reduzindo a sua auto-estima a um nível abaixo de cão.Além disso, os cãezinhos domésticos (há que os distinguir dos vadios, muitos deles abandonados quando deixaram de servir como acessório) marcam hoje a vida das nossas cidades. Os jardins de Santarém, de Vila Franca ou de Tomar, por exemplo, estariam tão viçosos se os canídeos não os estrumassem diariamente com denodo, acolitados pelos seus voluntariosos donos? E que dizer da arte de decorar passeios incentivada pelos filantropos donos e aplicada com mestria retorcida pelos quadrúpedes artistas? Realço ainda o contributo que os cãezinhos dão para a melhoria das performances de quem pratica jogging ou simplesmente caminha pelas ruas das nossas localidades. O seu ladrar e as correrias atrás das canelas dos atletas são uma espécie de doping que até dão asas a um coxo.O amadorismo é uma praga que anda a ser combatida há anos e anos sem que haja remédio. Lembro-me, por exemplo, dos milhões que a União Europeia enterrou no nosso país em cursos de formação profissional e o que é que saiu daí? Pouco mais do que zero. Vem este paleio a propósito de uma das poucas classes que vestia a camisola e que ultimamente tem cometido deslizes de principiante, sendo apanhada frequentemente com a boca na botija como se pode ler em O MIRANTE. Já não há larápios como antigamente e estou mesmo convencido que é a atroz falta de jeito da maioria que leva os juízes a terem um pouco de condescendência e a mandá-los em liberdade. Um pouco mais de brio profissional não lhes ficava nada mal. Ponham os olhos no Governo!Um caloroso bacalhau do Serafim das Neves

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