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Motorista que sofreu acidente de trabalho já perdeu carro e casa

Motorista que sofreu acidente de trabalho já perdeu carro e casa

Caso está em julgamento no Tribunal do Trabalho de Vila Franca de Xira

Um salto do camião mudou a vida ao motorista de Foros de Salvaterra. Artur Martins espera receber pensão depois de ter ficado incapacitado para exercer a profissão.

Um motorista de 41 anos que ao saltar do camião ficou com graves lesões num joelho vive com 290 euros de baixa médica há dois anos e por isso já perdeu a casa e teve que vender o carro. O início do julgamento do caso de acidente de trabalho de Artur Martins, residente em Foros de Salvaterra, concelho de Salvaterra de Magos, que ficou impossibilitado de exercer a sua profissão de motorista, estava marcado para a manhã de sexta-feira, 11 de Janeiro, no Tribunal de Trabalho de Vila Franca de Xira, mas as partes decidiram tentar chegar a acordo. Se tal não acontecer, o julgamento realizar-se-á a 4 de Março por indicação da juíza Sónia Kietzmann Lopes que quer resolver o assunto rapidamente.Artur Martins, há seis anos funcionário da empresa Tja (Transportes J. Amaral), auferia, quando estava no activo, cerca de 1500 euros por mês. Grande parte desse montante mensal, argumenta, era recebido como ajudas de custo, o que o prejudica agora que está de baixa médica. Artur Martins alega ainda que a empresa não indicou à Companhia de Seguros Tranquilidade o valor correcto do seu vencimento na altura do acidente. Esses valores em dívida serão reclamados. Artur Martins espera receber ainda uma pensão (capital de remissão), segundo adiantou o seu advogado, Joaquim Cachulo. Artur Martins, motorista há 20 anos, é casado e tem dois filhos de 11 e 16 anos. A mulher está desempregada. A família vive dos 290 euros de baixa de Artur Martins que conta apenas com a ajuda do pai, um metalúrgico reformado também por invalidez, e de uma outra amiga da família. Quando o casal trabalhava entravam em casa cerca de dois mil euros por mês. A família já teve que vender o carro e entregou também a vivenda que tinha ao banco por não conseguir cumprir as prestações face às dificuldades económicas que está a viver. “Fiquei com a minha vida destruída”, diz desmotivado Artur Martins que chegou a estar matriculado no curso de engenharia do ambiente na Escola Superior Agrária de Santarém que entretanto teve que abandonar.O acidente aconteceu em 29 de Dezembro de 2010. Artur Martins saltou das traseiras do camião, a uma altura de 1,20 metros, tal como fazia dezenas de vezes por dia depois de carregar ou descarregar a carne que transportava. Nesse momento sentiu uma forte dor no joelho. Depois de ser observado no Hospital de Santarém os médicos confirmaram a gravidade da situação. Três meses depois foi operado e considerado inapto para o exercício da profissão de motorista. “Só o simples caminhar me causa dores”, revela angustiado quem não sabe o que irá fazer o resto da vida já que estar ao volante foi sempre a sua actividade. O advogado que representa a transportadora, Luís Caseiro, garantiu a O MIRANTEque a empresa está disponível a fazer a rescisão amigável do contrato de trabalho bem como assegurar o pagamento de todos os direitos do trabalhador no âmbito do acordo entre as partes, não adiantando no entanto qual o valor em questão.
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